Bahia de boa
Sul da Bahia: Trancoso, Espelho, Porto Seguro e Abrolhos, quatro destinos da região baiana mais bacana, benfazeja e bem-amada
por Alexandra Forbes
TRANCOSO
Há algo no ar quando uma vilinha no sul da Bahia é escolhida por três
aristocratas como seudestino principal de férias. Neste verão ficou
pronta a maravilhosa casa do conde francês Philippe de Nicolay,
descendente dos ziliardáriosRotschild, pertinho da mansão à beira-mar da
socialite Georgina Brandolini. Um pouco adiante fica a elegante maison
de verão da condessa italiana Sabine Lovatelli, figura central da música
erudita de São Paulo.
Falo de Trancoso, o ex-vilarejo de pescadores ao sul de Porto Seguro,
na Bahia, onde na alta estação um risotinho pode custar o mesmo que nos
restaurantes três-estrelas das capitais do Sudeste. E onde certos
pescadores já desencanaram de ir pescar faz tempo - ser caseiro de gente
rica dá mais dinheiro e menos trabalho. Hoje em dia qualquer pessoa
ligada nas colunas sociais sabe que Trancoso entrou ao seleto time de
destinos jet setter, frequentado pela modelo inglesa Naomi Campbell, a
estilista americana nascida na Bélgica Diane von Furstenberg e o
sapateiro espanhol Manolo Blahnik. O famoso Quadrado - campo gramado
ladeado de casinhas coloridas e uma igreja secular numa escarpa sobre o
mar - atrai no póspraia incontáveis famosetes, do ex-jogador Raí e a
apresentadora Eliana à chef Roberta Sudbrack, dona do restaurante que
leva seu nome, no Rio.
O turista de primeira viagem mal nota, mas detrás daqueles casebres de
aparência tosca se escondem interiores encantadores, onde se refugiam
paulistas (e cariocas) chiques, como a designer Joana Vieira e a
joalheira Syomara Crespi. Outras abrigam agora lojas de grife e
mini-hotéis superexclusivos, como o Jacaré do Brasil Casas e o Uxua.
Esses dois hoteizinhos merecem capítulo à parte. Um quase em frente ao
outro, ambos no Quadrado, eles simbolizam o que o dinheiro fez de melhor
em Trancoso. O primeiro, inaugurado em 2007, não passa de cinco "casas"
conjugadas, de aparência simplezinha e portas pintadas de azul-gerânio.
Mas, por dentro, são de cair o queixo - cortesia do badalado decorador
Sig Bergamin e do concorrido paisagista Gilberto Elkis. O Uxua, do
holandês Wilbert Das, ex-diretor da grife Diesel, começou também com uma
junção de casinhas de pescador. A história de Das, que divide seu tempo
entre França, Itália, Holanda e agora Brasil, mistura-se à dessa nova
Trancoso glamourosa. Foi passar uns dias por ali em 2004 e acabou
fisgado. Desde então, virou habitué e aos poucos foi comprando casinhas
no Quadrado. Quando viu, já era dono de nove delas, com mata virgem no
quintal. "Trancoso é um lugar raro, muito bem preservado, onde o novo se
integra ao velho sem estragar o charme original", diz. As "casas" de
seu hotel têm cozinhas equipadas e muito artesanato local. Numa delas há
piscina privativa - as diárias começam em 1 080 reais. E o que fez
Trancoso para atrair esses hotéis - discretos, respeitadores do entorno e
dos moradores - e ao mesmo tempo chamar a atenção de colunáveis do eixo
Rio-São Paulo-Paris-Nova York? Como surgiu essa mistura boa de
simplicidade baiana e comércio chique que não deve nada às ilhas
caribenhas de St. Tropez e St. Barts?
O empresário Patrick Eberhardt, frequentador há 15 anos, acha que a
inauguração da pousada Estrela d'Água, nos anos 1990, no imóvel que
tinha sido a casa de praia de Gal Costa, foi um marco importante. "A
chegada da primeira pousada de alto nível, trazendo uma sofi sticação
inédita por ali, fez muita gente com mais dinheiro ir até lá e se
encantar com o charme rústico de Trancoso." Na mesma época, Fernando
Droghetti, o Jacaré, comprou uma pousadinha e chamou Sig Bergamin para
reformá-la. A resultante Pousada do Quadrado (hoje, sob nova
administração e rebatizada de Hotel da Praça) logo se tornou o hit
daquele verão e deu um up na imagem de Trancoso. "Foi uma feliz
coincidência de projetos que pregavam um luxo bem pé no chão, com a cara
do lugar", diz.
Mas o verdadeiro boom só viria mais tarde, com a chegada de um resort
(o Club Med) e um condomínio de alto padrão com campo de golfe (o
Terravista). "Até então, Trancoso tinha toda aquela vibe bacana, mas
infraestrutura nenhuma", diz Jacaré. "E em nenhum lugar do mundo você
consegue atrair estrangeiros sem infraestrutura." Os primeiros hóspedes
das pousadas estilosas dividiam com amigos sua descoberta. Enquanto isso
gente como Nizan Guanaes e Verônica Serra, filha do governador paulista
José Serra, recebiam estrangeiros que iam embora contando para seus
respectivos círculos que Trancoso era o top. O boca a boca e as colunas
sociais cuidaram do resto.
E que charme é esse que tanto encanta os viajadose endinheirados?
Justamente o oposto daquilo a que estão acostumados na cidade grande.
Para Eberhardt, "Trancoso é incrível porque nãotem farofa e você pega
praia sem ter de se sentar em cadeira de plástico sob guarda-sol da
Brahma".
Mas é muito mais que isso. São os nativos jogando bola ao cair da tarde
no Quadrado. É a igrejinha do século 16, caiada de branco, rodeada pelo
céu estrelado. É andar só de chinelo de dedo. São as noites de forró e o
centro de capoeira onde high e low se misturam. É, em resumo, a
possibilidade de ter o melhor de dois mundos: um gostinho da Bahia
autêntica sem ter de abrir mão de lençóis de algodão fino ou um bom
expresso depois do jantar.
PRAIA DO ESPELHO
Por: Rachel Verano
A Praia do Espelho, ao sul de Trancoso, luta bravamente contra o
turismo de massa. Simplesmente porque não combina com muvuca, não
combina com música alta, não combina com escuna lotada, não combina com
lixo, não combina com gente que não combina. O trecho mais charmoso do
litoral baiano - sim, deixo claro aqui minha mais profunda parcialidade
-, que só viu a luz elétrica chegar na esteira do século 21, combina,
isso sim, com noites iluminadas pela lua ou pela luz das lanternas, com
espreguiçadeiras de madeira e esteiras de palha recheadas de almofadas
coloridas, com uma música lounge tocando ao fundo, bem baixinho.
Pousadas são poucas, caras e pequenas, mas você vai dormir em camas king
recheadas de travesseiros, tomar o café da manhã no gramado de frente
para o mar ou almoçar em terraços com livros de arte e fotografi a como
companhia. O fim do dia pode ser embalado com uma taça de champanhe numa
chaise-longue ao ar livre cercada pelo coqueiral iluminado por
lanterninhas orientais. Depois, o menu do jantar pode ser italiano,
tailandês ou bem nordestino, é só escolher. A receita é arrebatadora e
infalível: de um lado falésia, do outro mar verde e tranquilo de águas
transparentes, emoldurado por arrecifes, areias brancas e fofas e o tal
do gramado que só termina na areia. É uma das raríssimas praias
cinco-estrelas, a cotação máxima no GUIA BRASIL.
Por isso, é melhor mesmo que as coisas não mudem. A estrada de terra
que vai de Trancoso até lá, por exemplo. Quando chove, os 20 e poucos
quilômetros viram um atoleiro. Mas tudo bem, né? E corrigir a placa de
acesso à praia depois da entrada do Condomínio Outeiro das Brisas, que
segue indicando a direção errada, pra quê? (Para chegar ao Espelho, é
preciso passar pela portaria do condomínio.)
imagem clássica da Praia do Espelho - a do gramadão recheado de
almofadas à sombra de coqueiros de cara para o mar - atinge o máximo de
charme em frente à Pousada do Baiano, onde há lounges perfeitos para se
largar ao som de uma boa música. Os quartos, branquinhos, acabaram de
ser reformados e ganharam piso de cimento queimado. A cama é gigantesca:
2,20 por 2,20 metros, onde cabem 16 travesseiros. Para ter a melhor
vista do alto, a boa é reservar uma das suítes da Fazenda Calá: mesas no
terraço, esteiras com almofadas, lanterninhas de vela no fim da tarde.
Da cama, deitado, você enxerga o mar.
Para provar boas receitas e curtir a praia ao mesmo tempo, o melhor é
optar por um dos restaurantes que ficam embaixo da falésia, no gramado.
Eles são os restaurantes das pousadas. O Baiano tem massas e risotos; o
da Enseada do Espelho, carnes e frutos do mar - é famoso o camarão de
coco servido com arroz de açafrão. Para algo mais corriqueiro, a barraca
Meu Peixinho, no trecho da praia chamado Curuípe, serve pratos caseiros
feitos no capricho, além de sorvete, açaí e salada de frutas. No
Outeiro, o clima é perfeito para o jantar. Mas, independentemente do
número de dias que você pretende passar no Espelho, não deixe de provar
as delícias de sotaque asiático do restaurante da Silvinha. Não é tarefa
simples: primeiro, você atravessa o riozinho e faz a reserva
pessoalmente; depois, volta na hora marcada e atravessa o riozinho de
novo. Não é você que escolhe nada - é a própria Silvinha que decide o
menu, composto de entrada, prato principal e sobremesa. Mais que a
comida, vale o conjunto da obra. Você se senta em almofadas coloridas em
meio a um jardim bem cuidado, escondidinho pela vegetação e de frente
para o mar.
PORTO SEGURO
Por: Leonardo Luz
Qualquer um pensaria mil vezes. Deixar a tranquilidade do Quadrado, em
Trancoso, para ver a galera requebrando e pondo as "mãozinhas pra cima"
nas coreografias que rolam em Porto Seguro? Para ouvir axé em altíssimo
volume naquelas megabarracas nas praias? Para estar no meio da massa de
formandos vindos de vários lugares do país em busca de limites jamais
alcançados? O que eu iria fazer em Porto Seguro, um dos destinos mais
vendidos do país - é o campeão nconteste e disparado de vendas da CVC, a
principal operadora do país -, antônimo de privacidade, de
exclusividade? Pensava nisso e ao mesmo tempo não deixava de me
condenar: ê rapaz preconceituoso! Não é porque as operadoras de turismo
vendem esse destino freneticamente a preços acessíveis que não haverá
algo interessante para ver e guardar como uma boa lembrança. E devo
dizer que, no fim, aquele trechinho onde o Brasil foi "achado" me
apresentaria um Brasil que, por mim, pelo menos, ainda não havia sido
descoberto.
Chegar a Porto Seguro pela manhã é garantia de poder aproveitar a
cidade e seus grandes atributos: paisagem, gastronomia, mar e história. E
a história está muito bem contada em vários lugares, inclusive na
Biblioteca João Ubaldo Ribeiro, que fica na mesma avenida onde as
barracas de artesanato são montadas no fim de tarde. O acervo, doado
pelo escritor Joaci Góes, é focado em história do Brasil e da Bahia.
Para levar um livro emprestado, pagam-se apenas 25 centavos por três
dias. Alguns exemplares da coleção são do século 19. Dali segui para a
Cidade Alta, para ser recepcionado pelo Bispo, um guia municipal que com
simpatia me apresentou a vila onde os primeiros habitantes portugueses
desembarcaram. Marcante no centro histórico são a Capela de São Benedito
e as igrejas da Misericórdia e de Nossa Senhora da Pena, com sua torre
cravada de cacos de louça que fazia as vezes de farol. Quando o luar
refletia nesses cacos, a luz chegava ao mar, ajudando os portugueses a
conduzirem suas embarcações. O ato final na Cidade Alta foi como típico
turista - e não tive nenhuma vergonha disso, muito pelo contrário: tirei
fotos ao lado do Marco do Descobrimento, com o Atlântico ao fundo. Ali
há também uma feirinha de artesanato pataxó que vende colares, bolsas e
outros artigos feitos de sementes e madeira.
O almoço foi na Praia de Mundaí, a dez minutos do centro de Porto
Seguro. A barraca-bar-restaurante That Shack está distante de qualquer
agito que lembre trânsito, barulho e irritação, porém de frente para um
mar lindo, com atendimento feito pelo casal proprietário, ele jamaicano,
ela portuguesa. Estou bem longe de ser crítico gastronômico, mas posso
dizer que o peixe gaiuba na brasa com batatas e o polvo estavam frescos,
macios e muito saborosos. O fim da tarde ficou para a Praiade Coroa
Vermelha, onde está o marco em que foi rezada a primeira missa no
Brasil, e a cidade de Santa Cruz Cabrália, na qual mais um guia, o
Raimundo, nos mostrou as ruínas de uma escola jesuítica onde os índios
eram catequizados e apresentou a Matriz de Nossa Senhora da Conceição,
que tem religiosos enterrados sob o antigo piso.
No fim daquela jornada ainda aproveitamos os belos visuais da costa de
Cabrália e Porto Seguro. Para quem imaginava que professores de axé,
batidas ordinárias, megabarracas e hordas de turistas eram tudo o que
Porto Seguro tinha a oferecer, saí muito, mas muito no lucro mesmo.
ABROLHOS
Por: José Pedro Ribeiro
Muita gente acha as praias da Bahia as mais bonitas do Brasil. Mas é
possível que a obra-prima do litoral do estado esteja longe, bem longe
da orla. O Arquipélago de Abrolhos, a 75 quilômetros da costa,
impressiona o visitante desde pelo menos 1832, quando o naturalista
inglês Charles Darwin aportou ali. São cinco pequenas ilhas emolduradas
por um dos mais espetaculares recifes de coral do Atlântico. A maior, e
única habitada, é a Ilha de Santa Bárbara, onde está o farol. A segunda,
a Sueste, é fechada à visitação, assim como a menor delas, a Guarita.
As ilhas Siriba e Redonda podem ser conhecidas em companhia de um
guarda-parque. Em 1983, Abrolhos tornouse o primeiro parque nacional
marinho do Brasil, o que restringiu sua ocupação e seu acesso.
Reza a lenda que o nome Abrolhos vem das antigas cartas de navegação
portuguesas que marcavam as perigosas águas da região com o aviso "Abra
os olhos!" Hoje a navegação é bem mais segura, mas é ainda uma boa ideia
manter os olhos bem abertos nessa região em que a previsão do tempo de
verdade é a previsão do vento - se alguém disser algo como "Amanhã é
para mais de 14", adie seu passeio: um vento de 14 nós é forte demais
para navegação, o mar joga muito. De resto, o lugar tem aquele clima
delicioso da Bahia, com os 24 graus constantes.
Para ir a Abrolhos é preciso estar em Caravelas, uma cidadezinha de
pouco mais de 20 mil habitantes a 150 quilômetros da divisa com o
Espírito Santo, que abrigou o ponto final da ferrovia cantada por Milton
Nascimento em seu disco Minas. O caminho de ferro que mandaram há
décadas arrancar sobrevive no nome da pequena rodoviária: Ponta de
Areia. É em Caravelas ou em Nova Viçosa, mais ao sul, que você irá
contratar os passeios a Abrolhos, que podem ser de dois ou três dias ou
mesmo num bate-e-volta de lancha (duas horas e meia para ir e outro
tanto para voltar). Optei pelo passeio mais longo, num catamarã. O barco
sai cedo e em alguns minutos vence a foz do Rio Caravelas e entra na
imensidão do Atlântico. São quatro horas até Abrolhos. No fim da viagem,
o capitão escolhe um lugar protegido do vento ancora o barco. Era hora
do almoço quando cheguei a Abrolhos. Enquanto um delicioso filé de
bodião com alcaparras era servido, um guardaparque do Instituto Chico
Mendes embarcava para dar as boas-vindas e explicar as regras do lugar.
Por exemplo, não alimentar os peixes nem caminhar nas ilhas sem
autorização.
À tarde, desembarcamos na Ilha Siriba. A origem vulcânica do
arquipélago conferiu ao lugar um solo escuro. A praia é de pedras, por
onde se pode caminhar. Logo acima cresce uma vegetação rasteira que
sobrevive ao vento e ao sal. A quantidade de aves é digna do filme do
Hitchcock. São atobás, grazinas e fragatas que usam o abrigo das ilhas
para procriar. Isoladas e protegidas, há muito tempo não têm medo das
pessoas, e é possível chegar muito perto delas. Se a maré não estiver
alta demais, procure dar a volta ao redor da ilha para ver o arquipélago
de diferentes ângulos. O passeio dura cerca de 40 minutos em uma
caminhada bem leve.
No papel, Abrolhos segue o horário de Brasília. Na prática, está quase
40 minutos na frente da capital federal, e normalmente antes das 5 da
tarde um pôr do sol espetacular já começa a se formar. No horizonte uma
cortina de nuvens laranja radioativo fez fundo para a silhueta preta da
Ilha Redonda e das milhares de fragatas que se preparavam para dormir.
Do outro lado, uma lua incrivelmente cheia iluminou o arquipélago. No
barco, devoramos uma deliciosa lasanha à luz do farol. Depois, um lance
de escadas me conduziu ao quarto. A suíte era pequena, mas não apertada,
com uma cama do tipo beliche, só que sem a cama de baixo - o espaço é
utilizado como armário. É bom saber que não é possível se hospedar em
Abrolhos - a única opção, portanto, é ficar nos barcos.
No dia seguinte, a alvorada recompensou com folga quem acordou às 5 da
madrugada. O sol nasce atrás do farol, ainda ligado nessa hora ingrata.
As ilhas se tingiram de vermelho enquanto as últimas estrelas sumiam.
Uma nuvem carregada apareceu, mas, em vez de estragar a festa, soltou um
arco-íris sobre Abrolhos. Às 7 e meia, a hora do café - com frutas, pão
de queijo, chocolate -, o arco-íris ainda estava lá, esperando os
últimos acordarem para ir embora.
O dia era de mergulho. Quem já é credenciado pode contratar mergulhos
autônomos e conhecer os chapeirões, os corais em forma de cogumelo que
se unem pelo topo formando labirintos; ou nadar em meio ao cargueiro
italiano Rosalinda, que naufragou ali em 1955 com sua carga de cimento e
cerveja (adivinha qual ainda está lá?). Há batismos, mas você também
pode atacar de mergulho livre. É possível ver pequenos tubarões,
barracudas, lagostas, raias e tartarugas. E, claro, várias espécies de
coral. Uma delas, o Mussismilia braziliensis só existe em Abrolhos. No
fim da tarde, fomos conhecer o farol. De fabricação francesa, ele está
ali desde 1861. No alto de seus 22 metros fica um impressionante
conjunto de lentes que espalha luz por até 50 milhas de distância. O
farol está no ponto mais alto de Abrolhos, e de uma pequena sacada é
possível ver todo o arquipélago. Já era noite quando voltei ao barco. Um
camarão com queijo cremoso me esperava, convidando ao exagero.
No dia seguinte, o dia da volta, eu tinha a manhã inteiramente livre.
Existem muitas possibilidades de mergulho em Abrolhos, e a pedida é
mudar de ponto e cair na água. O tempo voou embaixo d'água, e
infelizmente chegou a hora de partir. Deixei, emocionado, os chapeirões,
os atobás, o farol de um dos lugares mais fascinantes e menos
conhecidos do litoral brasileiro.
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