segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Seis passos para montar uma mala enxuta e não pagar excesso de bagagem.
Getty Images

 
 

As regras para despachar gratuitamente a bagagem na viagem de avião podem variar de acordo com a companhia e o destino. Porém, de modo geral, para voos internacionais que saem do Brasil, cada passageiro pode despachar duas malas de até 32kg cada. A exceção acontece em viagens com destino à América do Sul, em que a franquia normalmente é de apenas uma mala de até 23kg.

"Para ter certeza dessa informação, consulte a companhia aérea escolhida para viajar, via site ou central de atendimento", recomenda Tayná Napier, da agência Le Due Turismo, especializada em roteiros personalizados.

Tudo o que ultrapassar os limites estabelecidos e for despachado, automaticamente será cobrado. Para ajudá-lo a evitar contratempos, sem abrir mão do conforto necessário no passeio, o UOL conversou com especialistas e reuniu dicas de como preparar a bagagem adequadamente e selecionar os melhores itens.

1 - Levante informações sobre a viagem
Se ainda não tem um roteiro detalhado na cabeça, pesquise na internet ou informe-se na agência de viagens onde contratou o pacote. Também é essencial consultar a previsão do tempo no destino para o período da sua estadia. "Se vai haver um jantar durante a viagem, você precisará levar um look mais elegante. Se já sabe que terá de percorrer grandes distâncias a pé, separe um tênis bem confortável. É importantíssimo pensar sobre esses detalhes, para levar só o que é realmente necessário", explica a personal organizer Priscila Saboia.

2 - Escolha uma mala leve
Se o peso da sua mala vazia for leve, você poderá acomodar mais itens dentro dela sem ultrapassar o limite e, durante a viagem, terá mais praticidade nos deslocamentos. Se pretende fazer compras no destino, a dica é levar uma segunda mala leve, de tecido flexível, dobrada, em meio às roupas. Ela vai ajudar se você precisar dividir uma mala em duas, para não ultrapassar o peso individual de cada peça.

3 - Acerte na quantidade
Considere a possibilidade de lavar e secar peças íntimas, como calcinhas, cuecas, biquínis, sungas, além de blusinhas e calças para usar por baixo, mais finas, no próprio destino. Isso permitirá que você leve apenas duas ou três de cada, e tenha o suficiente para usar mesmo em uma viagem mais longa. "Praticamente todos os hotéis oferecem serviço de lavanderia mediante o pagamento de uma taxa pelo serviço. Nas lavanderias da cidade, pode-se pagar até menos, basta pesquisar no destino", diz Tayná Napier.

Com os itens muito pesados, todo cuidado é pouco. "O ideal é levar o mínimo possível. Para o inverno europeu, por exemplo, basta separar um casaco e variar as roupas debaixo, que é o que os locais fazem. Também vale investir nas peças térmicas, que são fininhas, para usar por baixo da roupa", afirma Tayná.

4 - Escolha looks e não peças
Antes de começar a montar a mala, coloque todas as peças que gosta e que são apropriadas ao destino em cima da cama. O próximo passo é montar looks. Para uma mala perfeita, sem excessos, devem prevalecer as peças que combinam com o maior número de produções. "As peças menores e que conseguimos usar mais vezes podem até ser coloridas e estampadas, como as blusinhas finas. Mas as calças, casacos e jaquetas devem ser neutros, sempre que possível", diz Priscila. Para montar looks diferentes a cada dia, abuse dos acessórios, que dão um toque especial à produção e não pesam quase nada.

5 - Leve cosméticos em embalagens menores
Além de pesar menos na ida, você poderá descartá-los no destino, assim que acabarem. "Se possível, deixe para comprar esses itens lá. Assim, você evita o risco de que eles vazem na mala, sujando as roupas, o que é bem comum. Se precisar levar algum produto específico daqui, acomode-o em um necessaire forrado de plástico", diz Heloisa Sundfeld, da Personal Assistant.

6 - Na dúvida, use uma balança
Na ida, com um pouco de coragem, até dá para passar em uma farmácia e pesar a mala. Mas, na volta, talvez fique difícil fazer isso e, dependendo do local, a atitude poderá ser malvista. Para ter mais segurança e praticidade, o ideal é investir em uma balança própria para bagagem, portátil. "Ela é bem fácil de encontrar e não custa muito", diz Nayara Furlan, da agência Le Due Turismo. 


http://viagem.uol.com.br/listas/seis-passos-para-montar-uma-mala-enxuta-e-nao-pagar-excesso-de-bagagem.htm

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Com paisagens fantásticas, ilha irlandesa rouba a cena no novo "Star Wars".

Do UOL, em São Paulo

Jerzy Strzelecki /Creative Commons
Os picos de Skellig Michael ultrapassam os 200 metros de altura 
Os picos de Skellig Michael ultrapassam os 200 metros de altura

O filme "Star Wars: O Despertar da Força", que acaba de estrear no Brasil, foi filmado em diversos lugares do mundo, como o deserto de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, e a Floresta de Dean, na Inglaterra. 
É um remoto pedaço de terra da Irlanda, porém, que rouba a cena no quesito paisagens fantásticas mostradas pela produção dirigida por J.J. Abrams.

Locação para um momento crucial da parte final de "O Despertar da Força", a ilha de Skellig Michael impressiona os espectadores do filme quando surge com suas encostas verdejantes e íngremes na tela, em uma paisagem rodeada pelo oceano Atlântico e pontuada pelas ruínas de um mosteiro cristão que remonta ao século 8. 


Arian Zwegers/Creative Commons
Skellig Michael foi ocupada por monges cristãos até o século 12

Skellig Michael fica a cerca de 15 km da península de Iveragh, no sudoeste da Irlanda, e é considerada patrimônio da humanidade pela Unesco. Turistas que visitam o local devem encarar uma íngreme escadaria de rochas para chegar ao topo da ilha, protegido por cumes com mais de 200 metros de altura e onde é possível ver, em ótimo estado de conservação, as construções deixadas pelos monges que viveram no local entre os séculos 8 e 12.

Entre os destaques da área estão edificações onde os religiosos faziam seus retiros espirituais, os restos de uma igreja e um cemitério com mais de mil anos. No meio das ruínas, existe uma numerosa comunidade de papagaios-do-mar, além de mirantes que proporcionam visões panorâmicas fascinantes do oceano e de ilhas vizinhas. 

Para ir até Skellig Michael, é possível pegar embarcações no vilarejo de Portmagee. 
Apesar de grupos que zelam pela conservação de patrimônios históricos da Irlanda terem criticado a utilização da ilha como cenário de tamanha produção hollywoodiana, dizendo que ela poderia ter danificado o mosteiro, Skellig Michael também deve aparecer no próximo filme (o episódio 8) de "Star Wars". 

 
Don Richards/Creative Commons
Turistas passeiam pelas paisagens pitorescas de Skellig Michael

 
Valerie Hinojosa/Creative Commons
Cemitério de monges marca a paisagem de Skellig Michael, na Irlanda

 
Florian Christoph/Creative Commons
Coberta por névoa, a ilha irlandesa ganha aspecto misterioso

 
Maureen/Creative Commons
Papagaios-do-mar podem ser vistos de perto na ilha irlandesa

 
Don Richards/Creative Commons
Para explorar Skellig Michael é preciso encarar íngremes escadarias

 
Don Richards/Creative Commons
Rodeada pelo Atlântico, Skellig Michael fica no sudoeste da Irlanda
 
http://viagem.uol.com.br/noticias/2015/12/23/com-mosteiro-milenar-ilha-irlandesa-rouba-a-cena-no-novo-star-wars.htm

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Tour de helicóptero mostra novos aspectos de pontos turísticos de NY.

Eduardo Vessoni
Do UOL, em Nova York



Poltronas concorridas para as mais perfeitas produções musicais do planeta, museus com acervo de nível internacional e lojas com preços capazes de desorientar até os menos consumistas. Sem dúvida, os atrativos turísticos da gigante Nova York são as melhores experiências que um viajante estrangeiro pode trazer na bagagem (até porque trânsito caótico, poluição e violência já são assuntos conhecidos em outras metrópoles).
Mas para entender por que esse cobiçado destino americano é a capital do mundo, a regra é subir. E quanto mais alto for o passeio, melhores serão as impressões sobre essa cidade que nunca se cansa de se reinventar e surpreender seus visitantes, sobretudo se esses se encontram a algumas centenas de metros do chão.

Para começar em alto estilo, em todos os sentidos da palavra, embarque em um dos tours de helicóptero que saem do píer no extremo sul de Manhattan, bem ao lado da estação de onde partem os barcos para a Estátua da Liberdade e Ellis Island. O preço de um passeio de 15 minutos sobre a cidade é bem menor do que qualquer comprinha inocente na Quinta Avenida e o passageiro ainda leva para casa uma das imagens mais marcantes do horizonte de concreto da Big Apple.

Nova York parece ter luz própria (mesmo que tenha que recorrer a um elevado número de avisos luminosos), mas é no final do dia que seus edifícios espelhados às margens do Hudson e os terraços com vistas privilegiadas garantem imagens capazes de ofuscar o mais iluminado dos cartazes publicitários da Broadway.

Por isso, a dica agora é descer e, em terra quase firme, tome um dos barcos que realizam o circuito de 1h30 em forma de meia-lua pelo rio Hudson, passando pela Ellis Island, Estátua da Liberdade e centro financeiro. A gravação de Frank Sinatra cantando a famosa trilha sonora de Nova York destoa e constrange, mas os passageiros querem mesmo ver o que tem de melhor em um dos skylines mais belos de todo o país. O pôr-do-sol sobre os edifícios espelhados do centro financeiro costuma paralisar os passageiros e o único ruído que se escuta naquele momento é o do disparo acelerado de câmeras e celulares.

Nesta altura da viagem, o visitante já tem duas boas e opostas perspectivas da cidade. Mas para que a sua visita a Nova York não perca a altura (muito menos o estilo), o UOL Viagem preparou uma lista com pontos da cidade onde a atração fica a alguns distantes metros do chão.


Passeios
Circle line Sightseeing Cruise

Passeios fluviais de 1h30 a 3h pelo rio Hudson. Para ver o pôr-do-sol sobre a ilha não deixe de fazer a viagem ao fim de tarde, um impressionante (e iluminado) passeio pelo sul da cidade. O destaque são a iluminação natural e as luzes dos imensos edifícios do distrito financeiro que são vistos ao longo deste circuito de duas horas que inclui também a Estátua da Liberdade e a Ellis Island. Os passeios estão disponíveis entre março e dezembro.
W 42nd Street (Pier 83)
www.circleline42.com


Voos panorâmicos

Se do chão a monumentalidade dos edifícios de Nova York já impressiona, imagine vê-los do alto. Melhor do que imaginar é encarar os voos de helicóptero com até 30 minutos de duração. Na lista dos atrativos estão a Estátua da Liberdade, a ponte de Brooklyn, Ellis Island, edifícios como Chrysler e Empire State e a costa de Nova Jersey. A movimentação de passageiros é intensa durante todo o dia, sobretudo nos horários próximos ao pôr-do-sol, por isso chegue com tempo disponível para esperar.

Helicopter Flight Services
Pier 6, East River
Tel: 355 – 0801 / (212) 248-2015
www.heliny.com


High Line Park

Esse atrativo está construído em um local pouco provável para um parque público: os antigos trilhos de trem suspensos que se localizam em Meatpacking District e West Chelsea. Construídas de forma elevada em 1930 para acabar com os constantes acidentes ferroviários nas ruas desses antigos bairros industriais, essas linhas foram transformadas em um agradável parque suspenso, inaugurado em 2009, para evitar que aquelas estruturas históricas fossem demolidas. O projeto paisagístico inclui áreas de descanso, um pequeno espaço para apresentações artísticas e um playground.

O parque tem acesso pelas seguintes ruas: Gansevoort Street, 14th Street, 16th Street, 18th  Street e 20th  Street.
Tel: (212) 206-9922
Entrada grátis
www.thehighline.org


Mirantes
Empire State Building  Observatory

Este mirante no 86º andar, a 320 metros do chão, é um dos atrativos mais procurados de Nova York e recebe, anualmente, 3,5 milhões de visitantes. Aberto para visita pública em 1931, o local oferece uma impressionante vista panorâmica de toda a cidade. Quem quiser agregar um pouco mais de altura ao passeio pode comprar o ingresso extra para subir até o 102º andar desse que é considerado o maior edifício da cidade. É possível fazer um tour autoguiado com um aparelho que oferece informações em 8 idiomas, alugado no próprio local. Se for subir à noite, lembre-se que é proibido o entrar no edifício com tripé.

5th Avenue e 34th Street.
Tel: (212) 947-1360.
Entrada paga
www.esbnyc.com


Top of the Rock (Rockefeller Center)

Outro clássico da cidade é esse mirante localizado no 70º andar do Rockefeller Center, dono de uma vista de 360 graus que inclui o Central Park e o Empire State. As filas costumam ser menores do que as de acesso ao Empire e as telas de proteção de vidro permitem melhor observação da paisagem nos terraços dos 3 andares abertos para visitação.

30, Rockefeller Plaza (entrada pela 50th Street, entre as ruas 5th e 6th.
Tel: (212) 698-2000.
Entrada paga
www.topoftherocknyc.com


Museus
9/11 Memorial

Esse pequeno espaço improvisado serve como homenagem aos que perderam a vida durante os ataques terroristas de 2001 às Torres Gêmeas, edifícios que um dia foram considerados os mais altos do mundo. Enquanto o memorial e o museu não são inaugurados no Marco Zero da cidade, onde se encontravam as torres de 110 andares, esse emocionante atrativo traz ao público depoimentos de profissionais que estiveram envolvidos no resgate de vítimas , descrição dos trabalhos, fotos, vídeos e uma maquete com as novas torres que serão inauguradas no local. Há também uma loja com vídeos e livros relacionados ao assunto.

20 Vesey Street e Church Street
Tel: (212) 267-2047
www.national911memorial.org


The Skyscraper Museum

É de se esperar que uma cidade com tantos arranha-céus tenha um museu dedicado, exclusivamente, a essas impressionantes construções que parecem desafiar as leis da física. Maquetes, fotos e mapas são alguns dos recursos utilizados para contar histórias ao redor do mundo sobre as construções dos edifícios mais altos do planeta, como o Empire State, as Torres Gêmeas (ambas nos Estados Unidos) e o Burj Dubai, nos Emirados Árabes, um projeto que envolveu 90 arquitetos e engenheiros, quase 7 mil trabalhadores e diversas horas de trabalho noturno devido ao calor intenso da costa sul do Golfo Pérsico.

39, Battery Place
Tel: (212) 968-1961
Entrada paga
www.skyscraper.org


Hotéis
Cassa

O destaque desse hotel boutique localizado em plena área dos teatros de Nova York, em Midtown, é o 1945 Restaurant, no 44º andar de um edifício inaugurado recentemente. Melhor do que os pratos caprichados que saem da cozinha no café da manhã, servido para hóspedes e público em geral, é a vista privilegiada de Manhattan que se tem do lounge do terraço, como o Empire State Building e a Broadway. O design arrojado do local, que também abriga residências, foi até sede da edição 2010 do Showtime House, evento em que designers criam ambientes interiores baseados em seriados de TV.

70 West 45th Street.
Tel: (212) 302-8700.
www.cassahotelny.com


Mandarin Oriental

Considerado um dos 20 edifícios mais altos de Nova York, o Time Warner Center abriga, entre os andares 35 e 54, os quartos do hotel Mandarin Oriental. Localizado em plena Columbus Circle, o estabelecimento conta com todas as unidades voltadas para o Central Park ou para o rio Hudson. Para quem não puder ficar hospedado nesse famoso 5 estrelas da cidade, mas não dispensa uma vista privilegiada da capital do mundo, as alternativas são as refeições servidas no Asiate, restaurante de culinária asiática no 35º andar, ou uma visita ao Bar MO, bar com clima intimista que funciona, diariamente, entre às 16h30 e a meia-noite. A típica discrição oriental, aliada ao ritmo alucinado de Nova York, chegam a dar um certo ar de frieza ao atendimento, mas o melhor ainda é a paisagem cenográfica que se vê através dos imensos janelões das áreas públicas.

80 Columbus Circle e 60th Street.
Tel: (212) 805 8800.
http://m.mandarinoriental.com/newyork


The Surrey

Localizado no 17º andar de um edifício do sofisticado bairro Upper East Side, o bar do jardim do terraço do hotel The Surrey  possui uma área de 204 m² com vista panorâmica do bairro e do Central Park. A boa seleção de CDs de jazz que costuma tocar é uma das melhores inspirações para acompanhar o fim de tarde nesse espaço exclusivo da região.

20 East 76th Street (Upper East Side)
Tel: (212) 288-3700
www.thesurrey.com
    

Informações turísticas
Official NYC Information Center
810, 7th Avenue (entre as ruas 52th e 53th)
www.nycgo.com
 
* O jornalista viajou a Nova Iorque a convite da TAM e do Official NYC Information Center

http://viagem.uol.com.br/guia/estados-unidos/nova-york/roteiros/tour-de-helicoptero-mostra-novos-aspectos-de-pontos-turisticos-de-ny/index.htm 

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, já foi vizinho da África; saiba mais.
 
Vivian Ortiz
Do UOL, em Cabo de Santo Agostinho (PE)* 
 
Além de oferecer belas praias e abrigar o importante Porto de Suape, Cabo de Santo Agostinho, no estado de Pernambuco, já foi palco de um momento decisivo na história da humanidade. Isso porque a região marca o ponto de ruptura final entre os continentes sul-americano e africano. O "divórcio" da Gondwana, como era conhecido este pedaço de terra, aconteceu há cerca de 102 milhões de anos na era Cretácia, quando os dinossauros ainda circulavam pelo planeta, e foi um tanto quanto conturbado, com direito a erupções de vulcões e terremotos.

Gorki Mariano, professor do Departamento de Geologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), explica que quando uma massa continental muito grande se junta, o acúmulo de energia faz com que aquele pedaço de terra se rompa e comece a se deslocar. Trata-se de um processo que acontece até hoje e nunca para. “Ao longo do tempo, por exemplo, a tendência é que o oceano Atlântico fique cada vez mais largo devido ao deslocamento e se quebre em algum lugar, invertendo todo o processo", explica. Mas não precisa se preocupar: o especialista garante que isso deve acontecer daqui uns 40 milhões de anos, aproximadamente.

 
Vivian Ortiz/UOL
Antiga Casa do Faroleiro, em Cabo de Santo Agostinho
 
Resquícios desta época podem ser vistos, e visitados, até hoje na região. Um deles é o ponto onde fica a antiga Casa do Faroleiro, construção do final do século 19 que servia de morada para quem trabalhava no farol, além de depósito de material, peças sobressalentes e combustíveis. A base das ruínas, cujo acesso pode ser feito pela praia de Gaibú, está encrustada no solo granítico da época da ruptura, explica Mariano. Além do contexto histórico, o turista consegue visualizar uma bela paisagem dali, com o Porto de Suape e os navios de um lado e os prédios da orla de Jaboatão dos Guararapes do outro, ao longe. 

De acordo com o professor, o mesmo tipo de granito encontrado ali pode ser visto em terras africanas, na região onde hoje se localiza a Nigéria. A participação local na divisão dos continentes também fica clara no município de Ipojuca, distante 19km de Cabo. Lá, existe um neck vulcânico, algo como o “pescoço” do vulcão, visível na usina da cidade. “Este sítio tem bastante expressão topográfica e o turista consegue subir na estrutura natural, que tem um desnível de 35m da base até o topo”, ressalta Mariano.
 
Sai pra lá, Cabral!
O tempo passou e Cabo de Santo Agostinho manteve seu papel de destaque na história. Se você estiver passando por ali e perguntar o nome de quem descobriu o Brasil para qualquer criança que nasceu na região, é bem possível que a resposta seja Vicente Yáñez Pinzón e não Pedro Álvares Cabral. 


 
Vivian Ortiz/UOL
Existe até um monumento em uma das praças da cidade falando sobre o espanhol
 
Isso porque, segundo a história não oficial do Brasil, a expedição do espanhol chegou na região em 26 de janeiro de 1500, alguns meses antes da esquadra do português desembarcar no sul da Bahia. Pinzón desceu, lavrou o termo de posse e chamou o local de Cabo de Santa Maria de La Consolación.

O problema é que Espanha e Portugal haviam assinado o Tratado de Tordesilhas e qualquer terra na região, mesmo aquelas que ainda não haviam sido descobertas, pertenciam oficialmente aos portugueses. Nesta época, o local era habitado por índios da etnia Caeté, e a sua descoberta “oficial” acabou sendo creditada ao navegador italiano Américo Vespúcio, no dia 29 de agosto de 1501. 

Tempos depois, os portugueses chegaram ali e rebatizaram a área com o nome que conhecemos hoje, Cabo de Santo Agostinho. As primeiras povoações datam de 1618 e a maioria dos núcleos se concentrou no ponto mais alto da cidade: a Vila de Nazaré, região hoje conhecida como Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti. No local é possível fazer passeios interessantes, bem como admirar a bela paisagem em alguns mirantes.
 
Ponto estratégico

Vivian Ortiz/UOL
Forte Castelo do Mar teve importante papel na tomada da região pelos holandeses
 
Até então uma vila, a cidade se expandiu e, durante o século 17, os portugueses construíram numerosos monumentos e fortalezas ao longo de todo o litoral, como o Forte de Nazaré, erguido em 1632. No entanto, as terras acabaram sendo invadidas pelos holandeses, que renomearam a construção para Water Kastell, ou Castelo do Mar. Bem próximo a ele encontram-se as ruínas do Velho Quartel, pequena fortaleza que servia de apoio a construção militar.

Suas paredes foram feitas com pedras retiradas dos arrecifes da região, misturadas com areia, cal e barro, além de óleo de baleia. Ambas as construções são administradas hoje pelo exército brasileiro e abertas para visitações. É possível chegar de carro até certo ponto do caminho e de lá seguir o resto a pé. Na volta, dá ainda para saborear alguns doces regionais feitos pelos moradores da Vila de Nazaré, como a passa de caju, uma das especialidades locais. Falando na fruta, vale ressaltar que existem cajueiros em várias partes do parque, mas cuidado: quando está no pé, o fruto solta um óleo que, ao tocar na pele, se torna extremamente tóxico e causa queimaduras.

 
Vivian Ortiz/UOL
Este é o cajueiro, ainda na fase inicial da castanha
 
Saindo um pouco do circuito histórico, os turistas podem ainda se aventurar por um passeio de catamarã pela praia de Suape, bem em frente ao porto homônimo. Ele parte de um píer dentro de um resort da região, sempre de segunda a sábado, às 10h.

Custa R$ 50* por pessoa e passa bem perto dos arrecifes, do ladinho dos navios atracados ali, dando uma visão diferente do local. O final feliz? Tomar banho de mar em uma praia deserta, chamada de Praia do Amor, cercada por areias claras, águas cristalinas e muita história para contar.

* A jornalista viajou a convite do Vila Galé Eco Resort (www.vilagale.com)
** Preço consultado em dezembro de 2015, sujeito a alterações

http://viagem.uol.com.br/guia/brasil/cabo-de-santo-agostinho/roteiros/cabo-de-santo-agostinho-em-pe-ja-foi-vizinho-da-africa-saiba-mais/index.htm

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Rio de Janeiro é a mais procurada para aluguel por temporada no Réveillon.

Do UOL, em São Paulo.


Wikipedia
Belezas naturais da cidade atraem turistas de todo o Brasil 
Belezas naturais da cidade atraem turistas de todo o Brasil

Terminar o ano pulando as sete ondinhas em alguma praia carioca parece ser um desejo em comum de muitos brasileiros. De acordo com um levantamento realizado pelo site de aluguel de imóveis Voltem.com, a cidade do Rio de Janeiro (RJ) foi o local mais procurado por quem busca um imóvel para alugar durante a semana do Réveillon. Na sequência, apareceram Armação de Búzios (RJ), Praia Grande (SP), (3º), Guarujá (SP), (4º) e Cabo Frio (RJ) (5º).

O site ainda registrou um aumento de 45% na procura por imóveis para os dias do Réveillon quando comparado ao mesmo período do ano passado. A boa notícia é que o valor médio das diárias ficou cerca de 15% mais barato em comparação com 2014.
"Percebemos também que a maioria dos hóspedes que alugam imóveis para o período são formados por grupos de jovens entre 20 e 30 anos, seguidos por famílias com filhos e casais", diz Eduardo Serrado, CEO e fundador do Voltem.com.

Tal perfil, segundo ele, costuma ser atraído pelas vantagens que encontra neste tipo de hospedagem, como a possibilidade de dividir o valor da estadia entre várias pessoas, ter uma maior privacidade, flexibilidade de horários para check-in e check out e permissão para cozinhar, o que ajuda a economizar nos gastos com alimentação.
 
Gastar mais ou menos
Dentre os municípios, Armação de Búzios é a que possui o aluguel mais elevado. Um imóvel com dois dormitórios no período do Ano-Novo, é de R$ 690. Do outro lado, a baiana Porto Seguro oferece as diárias mais acessíveis, com preço médio de R$ 410.

A dica para quem opta por este tipo de hospedagem é se programar com antecedência. Apesar da proximidade da data, existem ainda diversos imóveis disponíveis para o viajante que deseja uma locação no período. "Quem não garantiu a sua viagem de ano novo, ainda pode encontrar boas oportunidades. Basta pesquisar um pouquinho", conta Eduardo Serrado.


http://viagem.uol.com.br/noticias/2015/12/08/rio-de-janeiro-e-a-mais-procurada-para-aluguel-por-temporada-no-reveillon.htm

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Califórnia oferece viagem estradeira entre montanhas e praias paradisíacas.

Do UOL, em São Paulo

Don Graham/Creative Commons
Praia da McWay Falls, que fica perto da Highway 1, em Big Sur 
Praia da McWay Falls, que fica perto da Highway 1, em Big Sur

Terra do cinema, a Califórnia é também destino ideal para quem gosta de viagens estradeiras. No estado norte-americano se localizada a região de Big Sur, que oferece uma paisagem composta por uma rodovia que corre entre imponentes montanhas e lindas praias banhadas pelo oceano Pacífico. 

Localizada entre os condados de Monterey e San Luis Obispo, na região central da costa californiana, a área de Big Sur tem como uma de suas grandes atrações a estrada Highway 1, perfeita para ser explorada a bordo de um carro conversível. 
Nos arredores desta via, o turista pode admirar os picos da cordilheira de Santa Lúcia e algumas das faixas de areia mais fotogênicas dos Estados Unidos.

Uma delas é a praia que abriga a McWay Falls, uma cachoeira de 25 metros de altura que cai diretamente na areia da praia -- e que, por sua vez, é banhada por uma água azul-turquesa do oceano Pacífico. Este cartão-postal fica localizado dentro do Parque Estadual Julia Pfeiffer Burns, onde é possível acampar.

 
Brandon/Creative Commons
A ponte de Bixby Creek é um dos símbolos da região de Big Sur, nos EUA
 
Na mesma região fica a Pfeiffer Beach, dona de uma formação rochosa sobre o mar que tem uma fenda através da qual se vê um pôr do sol inesquecível.
Outra visão que merece diversos retratos ao longo da Highway 1 é a ponte Bixby Creek, com sua linda base arqueada e que, desde seus 85 metros de altura, oferece uma visão fantástica para o mar. Seu comprimento chega a 218 metros. 

Na paisagem também aparece a maior montanha do litoral da Califórnia, a Cone Peak, com 1.571 metros de altura.  
O extremo norte da região de Big Sur fica a aproximadamente 200 quilômetros de San Francisco, enquanto sua ponta sul está a cerca de 400 quilômetros de Los Angeles.  


Jonathan Dinh/Creative Commons
Na Pfeiffer Beach, é possível admirar o pôr do sol através desta formação rochosa

 
Brandon/Creative Commons
Faixa litorânea perto da Bixby Creek Bridge, na Big Sur

 
SarahTz/Creative Commons
A Highway 1, na Califórnia, está cercada por lindas praias

 
Henrique Pinto/Creative Commons
A Highway 1 corre entre montanhas e as águas do oceano Pacífico

 
Creative Commons
Pôr do sol em praia da região de Big Sur, nos Estados Unidos
 
http://viagem.uol.com.br/noticias/2015/12/02/california-oferece-viagem-estradeira-ao-lado-de-praias-paradisiacas-veja.htm 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Quer viajar em dezembro? Ilhas do Pacífico têm o primeiro Réveillon do ano.

Do UOL, em São Paulo 


Dezembro combina com férias e, neste mês, não faltam opções de jornadas para quem quer cair na estrada.
As praias do Brasil estão recheadas de sol e badalação. Já para os cristãos, é tempo de relembrar os passos de Jesus com a proximidade do Natal. E para os que não dispensam uma grande festa no Ano-Novo, as oportunidades de viagem são inúmeras, indo de cruzeiros que visitam Copacabana durante a queima de fogos às celebrações de Réveillon em um remoto e paradisíaco arquipélago do oceano Pacífico. 
Abaixo, veja algumas das melhores jornadas para dezembro.

 
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Primeiro Réveillon no mundo
Você é daqueles que faz questão de ser o primeiro da fila em atrações turísticas? Caso positivo, talvez valha considerar a possibilidade de estar entre as primeiras pessoas do mundo a ver a chegada do Ano-Novo no planeta. Ter tal privilégio, porém, não é fácil: para consegui-lo é preciso viajar até a longínquo arquipélago de Kiribati, no oceano Pacífico, que, por causa de seu fuso horário, é o primeiro país a celebrar o Ano-Novo na Terra. A jornada do Brasil é cara e demorada, mas, durante a ressaca do 1º de janeiro, será possível se refrescar em praias como a da foto acima.
 
Daniel Munoz/Reuters
Daniel Munoz/Reuters 
 
Ano Novo no Pacífico
A Times Square, em Nova York, tem o que talvez seja o mais famoso Réveillon do mundo. Mas se sua intenção for passar um Ano-Novo inesquecível no exterior e não sofrer tanto com o frio, a Austrália pode ser um destino ideal. Na cidade de Sydney é realizada uma das festas mais bonitas no Réveillon no planeta, com fogos de artifício iluminando os símbolos da cidade, como a Sydney Bridge e a Sydney Opera House, em um cenário embelezado pelas águas que banham a metrópole australiana.
 
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Balada escocesa
Falamos de festas de Ano-Novo nos EUA e Oceania. Mas, e se você estiver na Europa no final de dezembro? Neste caso, uma das opções mais atrativas, e nem tão conhecidas do grande público brasileiro, é o festejo de Réveillon da cidade escocesa de Edimburgo, um dos eventos baladeiros mais legais do Velho Continente. Conhecida como Hogmanay, a festa começa já no dia 30 de dezembro com um desfile de tochas pela cidade e é animada por shows de bandas do rico cenário musical da Escócia. O ápice dos festejos é, lógico, a queima de fogos sobre o lindo centro histórico de Edimburgo.
 
Divulgação/Costa Cruzeiros
Divulgação/Costa Cruzeiros 
 
Cruzeiros em Copacabana
Dezembro é um dos meses mais concorridos para realizar um cruzeiro no Brasil. Com o calor a mil, as empresas de jornadas marítimas que operam no país oferecem interessantes roteiros para quem quer viajar no Ano-Novo, a maioria deles partindo de Santos, em São Paulo, visitando praias paradisíacas do Sudeste e passando a virada do ano nas águas da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, com vista privilegiada para os fogos de artíficio que iluminam esta parte da orla carioca. MSC e Costa são duas das empresas que oferecem a viagem.
 
REUTERS/Thomas Peter
REUTERS/Thomas Peter  
 
Mercados de Natal
Espere muito frio ao visitar a Europa em dezembro, época de inverno no Hemisfério Norte do planeta. Mas, neste mês, o Velho Continente oferece seus lindos e festivos Mercados de Natal para nativos e turistas, recheados de lindas decorações e de barracas servindo ótima comida e bebidas quentes. Entre os melhores destinos para visitar esses espaços estão Viena (na Áustria), Estrasburgo (na França) e Praga (na República Tcheca). Em Berlim (na foto), o mais animado destes Mercados de Natal está na área de Alexanderplatz.
 
Erik De Castro/Reuters
Erik De Castro/Reuters 
 
História no Sudeste Asiático
Dezembro é uma das melhores épocas para visitar o Camboja, um dos mais interessantes países da Ásia. Com o tempo quente, mas não absurdamente úmido, o turista pode desfrutar com relativa facilidade dos inúmeros monumentos históricos do país, concentrados principalmente ao redor da cidade de Siem Reap. Lá está Angkor Wat, um complexo arqueológico que representa o ápice do Império Khmer, uma civilização que, entre os séculos 9 e 15 d.C., dominou grande parte do Sudeste Asiático. Passear entre suas torres, baixos relevos e corredores escuros é uma experiência única no mundo.
 
Jeremy Hetzel/Creative Commons
Jeremy Hetzel/Creative Commons 
 
Praia na Jamaica
A Jamaica não é apenas a terra do Bob Marley. O país caribenho possui lindas praias que podem ser uma alternativa original para quem escapar dos velhos roteiros para Punta Cana ou Cancún. Um dos destinos jamaicanos com melhor estrutura para receber o turista, e que tem clima cálido perfeito em dezembro, é Montego Bay (na foto), com um lindo mar, hotéis confortáveis e muita badalação. O belo balneário de Negril, que tem praias com cara mais selvagem, não fica muito distante e pode ser facilmente visitado por quem está hospedado em Montego Bay.
 
Eduardo Vessoni/UOL
Eduardo Vessoni/UOL
Homenageando Madela
A morte de Nelson Mandela completa dois anos no próximo dia 5 de dezembro. Desde o falecimento do líder contra o apartheid, diversos roteiros turísticos foram montados na África do Sul para homenageá-lo. Entre os lugares que merecem uma visita do turista que admira a figura de Mandela estão a prisão da ilha de Robben (onde ele ficou trancafiado por 18 anos) e o Mandela House Museum (na foto), localizado no bairro de Soweto, em Johanesburgo, e que ocupa o espaço de uma antiga casa em que viveu Nelson Mandela. O local abriga objetos pessoais do líder africano.
 
Marco Yamin/Secretaria de Turismo e FomentoMarco Yamin/Secretaria de Turismo e Fomento 
 
Praias escondidas
Que tal curtir o calor de dezembro em lindas praias escondidas pelo Brasil? Em Ilhabela (SP), por exemplo, fica a praia de Bonete (na foto), que só pode ser acessada via trilha de 15 km (que chega a durar mais de quatro horas de caminhada) ou com barco. O destino presenteia o viajante com uma orla cercada por farta natureza e uma pitoresca vila de pescadores. Se a vontade for ir ao Nordeste, tente a praia de Icaraí de Amontada, no Ceará, com orlas desertas, piscinas naturais, dunas e coqueirais. O local fica a 220 km de Fortaleza.
 
Reprodução/Business Insider
Reprodução/Business Insider 
 
Esqui na Europa
Quer aproveitar a temporada de neve na Europa com estilo? O Velho Continente está recheado de resorts de esqui cercados por lindas paisagens (e que, em dezembro, começam a oferecer boas condições para a prática de esportes de neve). Os melhores destinos de esqui europeus para este mês costumam ser Ishgl (na Áustria), o Vale de Isére (na França), Alpe d'Huez (também na França) e Cervinia (na Itália). 
http://viagem.uol.com.br/listas/que-tal-ser-o-primeiro-a-ver-o-reveillon-no-mundo-veja-os-destinos-do-mes.htm

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Além de belo mar azul, Jamaica tem rios e cascatas de filme de James Bond. 
Baz Dreisinger
New York Times Syndicate



Sol, areia e mar: uma receita atemporal, ao alcance de qualquer um no Caribe. Tudo bem, mas sol, areia, mar… e cidade? Se quiser aproveitar essa opção, visite então a Jamaica. Claro que essa ilha resplandecente possui áreas de resorts, onde é possível passar o tempo inteiro vadiando na praia; mas tem também Kingston, uma metrópole injustamente subestimada e malcompreendida. Sim, há favelas, há criminalidade, mas há também uma cultura cosmopolita, uma vida noturna vibrante, um cenário musical emergente e uma infinidade de deleites urbanos. Com uma nova companhia aérea (Fly Jamaica), um Marriott de 130 quartos em construção na capital, lounges descolados em ambos os aeroportos internacionais (Club Kingston e Club Mobay, decorados com as cores da bandeira nacional) e restaurantes pipocando por todo o país, a hora é ideal para explorar a ilha seguindo o mantra do Ministério do Turismo, inspirado no eterno Bob Marley: venha para a Jamaica e se sinta bem.  
Sexta
13h - No ritmo de Bolt

Depois de desembarcar em Kingston, faça uma homenagem ao jamaicano mais querido - não o que canta, o que corre. O Tracks & Records de Usain Bolt é um restaurante, sports bar (com mais de 45 TVs, incluindo uma de 20 polegadas) e templo ultradescolado ao homem mais rápido da face da Terra, inclusive com produtos da marca Bolt à venda. No cardápio, uma mistura de pratos jamaicanos clássicos, como peixe assado e a sopa de ervilha vermelha viscosa, e adaptações bacanas como quesadillas de frango "jerk" e a "salada jam Asian Cobb". Um almoço sai por 1.200 dólares jamaicanos ou US$ 11,40 (com o dólar valendo 105 JMD) - praticamente todo o comércio da Jamaica aceita as duas moedas; podem até cobrar o valor em uma ou outra, mas recebem ambas. Fique de olho na série de apresentações mensais "Behind the Screen" de grandes artistas do reggae, sempre acústicas.
 
15h - Reggae & Rastafarianismo
Kingston é a meca do R & R, ou seja, Reggae & Rastafarianismo, dois dos maiores movimentos culturais do Caribe. Faça um curso relâmpago de imersão sobre os dois, e também da história, da flora e das artes locais nos museus que formam o Instituto da Jamaica, no centro histórico da capital, quase à beira-mar. Há a Galeria Nacional, que mescla a arte clássica jamaicana com exposições de vanguarda; o Museu de História Natural; o Museu de Música da Jamaica e o Liberty Hall, que homenageia o pioneiro Marcus Garvey na sede original de sua Universal Negro Improvement Association (ingresso a US$5 para adultos).

18h - Coquetéis ao pôr-do-sol
Surpreso com a beleza da selva de pedra de Kingston? Fique ainda mais ao apreciar o sol se pôr sobre as majestosas Montanhas Azuis bebericando um martíni no Sky Terrace, na cobertura do chiquérrimo Hotel Spanish Court. No estilo SoHo-style, com 107 quartos, foi o primeiro inaugurado na cidade, em 2009, depois de mais de três décadas - e ganhou também um spa na cobertura, uma loja de presentes eclética e, ainda ee, 2014, terá um wine bar.

20h - Jantar de chef famoso
Ele é o Jamie Oliver da Jamaica: Brian Lumley, de 27 anos, que já trabalhou para o embaixador francês e é garoto-propaganda de vários produtos locais, é o chef mais badalado da Jamaica. Seu novo restaurante, 689 by Brian Lumley, fica no centrinho da área turística, New Kingston. Sua especialidade é a massa com um toque das Índias ocidentais: pesto e lagosta, linguine de frango "jerk" e penne com frutos do mar (o jantar para dois, com vinho, sai por cerca de 7 mil JMD).

23h - Saideira real
A especialidade de Kingston não é a saideira, mas sim o "bashment", bailes que acontecem em salões de dança e casas noturnas lotadas até o sol raiar. Agora, porém, há uma alternativa: o Regency Bar & Lounge no recém-reformado Terra Nova All-Suite Hotel, um verdadeiro oásis de requinte, com poltronas de veludo, decoração com toques dourados e um cardápio à altura: pizza de pato, carneiro ao curry e churrasco de carne de porco. A melhor parte dele? Um rum de 50 anos, o Appleton, verdadeira iguaria local (vinhos a partir de US$6; coquetéis, US$5; não cobra couvert).

Diana Zalucky / The New York Times
 

Um dos cenários entre Kingston e Ocho Rios: muito verde, terra vermelha e montanhas impressionantes
 

Sábado  
8h - Na estrada
Não tire uma soneca quando estiver indo para o "interior", que é como o pessoal da capital chama qualquer região fora de seu perímetro, do contrário vai perder as paisagens espetaculares. A duas horas e meia de carro de Kingston, Ocho Rios (ou "Ochi", como eles chamam; se disser "Ocho" vão saber que você é turista) é o delírio de qualquer fã do Instagram: muito verde, terra vermelha e montanhas impressionantes. Saboreie o café da manhã ao logo do caminho, no Faith's Pen, um trecho famoso que reúne barraquinhas simples de madeira com todas as delícias jamaicanas: milho assado e fruta-pão, callaloo (a versão jamaicana da couve), ackee e peixe no sal (prato nacional, que tem o visual e a textura de ovos mexidos com pimentão e bacalhau desfiado) e garapa ou suco de manga (cerca de 700 JMD/pessoa).

11h - Jogos à beira-mar
O nome discreto contraria seu esplendor: o Jamaica Inn foi inaugurado em 1950 como uma pousada pequenina. Marilyn Monroe e Arthur Miller, em lua-de-mel, já estiveram entre os hóspedes, mas a propriedade agora é um refúgio grandioso, embora aconchegante. Deixe as malas na recepção (o check-in é feito às 15h) e pegue os martelos. Isso mesmo, martelos. À beira-mar há um charmoso gramado para croquet, perfeito para uma partida antes do almoço. Emende com um mergulho naquela que indiscutivelmente é a praia mais impecável de Ochi, com areia branca, água superazul e as ondas quebrando nos recifes ao longe.

13h - Frango "jerk"
Frango "jerk" é o maior clichê culinário da Jamaica, mas você pode saboreá-lo no local onde foi criado e comprovar seu verdadeiro sabor. Com quatro casas espalhadas pela ilha, o Scotchie's é o templo do churrasco nesse estilo: carne de porco, frango, linguiça e peixe, tudo marinado em uma mistura de pimenta-da-jamaica, cravo, canela e noz-moscada e grelhado sobre galhos de pimenta-doce, o que lhe dá um sabor defumado inigualável. As mesas de piquenique ficam sob as palapas e o único acompanhamento de que precisam é uma Red Stripe bem gelada (o almoço sai por 1.300 JMD).

15h - Abaixo de zero
Poderia até ser infantil se não fosse tão divertido: finja que é astro de "Jamaica Abaixo de Zero", que a Disney lançou em 1993, e homenageie a equipe que foi às Olimpíadas de Inverno de 1988 zunindo pela paisagem luxuriante sobre um bobsled com as cores do país. Essa é apenas uma das atrações do Parque Rainforest Adventures, em Mystic Mountain; há também uma piscina e tobogã, jardim de borboletas e beija-flores, tirolesa e o SkyExplorer, um tipo de teleférico que o leva a mais de 200 m de altura para admirar a bela vista (a US$137,50, o pacote Jamaica Tranopy inclui o bobsled, a tirolesa e o SkyExplorer).

18h - Mais R&R
"KiYara", diz o folheto, significa "local sagrado dos espíritos da terra" em taino, a língua dos indígenas que habitavam a ilha. E não é exagero: o Jamaica Inn KiYara Ocean Spa tem um clima de casa de árvore (de bambu) suspensa sobre o mar sereno. Opte pela massagem 4-Hand Bliss, durante a qual dois profissionais trabalham em conjunto para acabar com a tensão em todo o seu corpo.

20h30 - Pratos autênticos
O Miss T's Kitchen simboliza o "interior jamaicano": telhado de zinco, mesas multicoloridas, cadeiras feitas de barris de madeira e, principalmente, pratos jamaicanos autênticos - curry de cabrito, rabada, peixe à moda escoveitch (frito, com vinagre de especiarias e pimenta Scotch-Bonnet) ou "cozido marrom", além de seleções veganas (o jantar/pessoa, com bebida, não sai por menos de 1.800 JMD). Para fazer a digestão, dê um pulo a Main Street, principal região turística de Ochi, onde pubs barulhentos e espaços de música ao vivo servem rum ao som de mais um cover de "One Love".

Diana Zalucky / The New York Times

"Jamaica" vem da palavra da língua taina para "terra das fontes", e por uma boa razão: o que não falta na ilha são rios e cascatas, como Dunn's River Falls
Domingo


7h - Quedas d'água e lagoas
"Jamaica" vem da palavra da língua taina para "terra das fontes", e por uma boa razão: o que não falta na ilha são rios e cascatas. E Dunn's River Falls é a Disneylândia de todas elas: são 182 metros de quedas e lagoas, já foi locação para "007 Contra o Satânico Dr. No", palco de uma batalha entre espanhóis e ingleses e está quase sempre lotada de turistas. A exceção são as primeiras horas da manhã. Assim, o jeito é se levantar com as galinhas, saborear um café da manhã elegante na varanda de frente para o mar do Jamaica Inn, e deixar que a balsa do hotel o leve e traga das cachoeiras para desfrutar todo o seu esplendor em particular (US$110 para duas pessoas).

13h30 - Viagem no tempo
Saindo de Montego Bay para voltar para casa (a distância de Ochi aos dois aeroportos da ilha é praticamente a mesma), pare em Falmouth, mais precisamente Trelawny, que abriga um porto para cruzeiros de US$220 milhões, inaugurado em 2011 - se bem que a verdadeira atração é mais antiga: como uma das cidades georgianas mais bem preservadas do Caribe, em Falmouth há um bairro histórico que contém uma coleção considerável e quase intacta de exemplos da arquitetura colonial britânica. Faça o passeio que passa pelas igrejas, o tribunal e a agência do correio com a Falmouth Heritage Renewal, dedicada a preservar e restaurar a arquitetura e história locais; a instituição também está montando um museu sobre a escravidão na antiga casa de um emancipador britânico.


http://viagem.uol.com.br/guia/jamaica/kingston/roteiros/alem-de-belo-mar-azul-jamaica-tem-rios-e-cascatas-de-filme-de-james-bond/index.htm

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Praias, montanhas e terrorismo: veja o cenário real de "Os Dez Mandamentos"

Marcel Vincenti
Colaboração para o UOL, do Cairo (Egito)

O monte Sinai e o mar Vermelho foram cenários para momentos fundamentais da novela "Os Dez Mandamentos", da Record, que teve sua primeira parte concluída nesta segunda-feira (22). 
A região, onde Moisés teria recebido as Tábuas da Lei enquanto conduzia o povo hebreu em sua travessia para a Terra Prometida, é hoje um misto de terreno de peregrinações, paraíso de hedonistas e cenário de guerra.

O monte Sinai é um grande ponto de atração de turistas para o Egito, que costumam subir a montanha percorrida por Moisés durante a madrugada e, ao chegar lá em cima pelo amanhecer, admirar o que talvez seja o mais mágico nascer do sol do Oriente Médio, que envolve em luz e neblina os áridos vales que marcam a área. 

Chamado pelos árabes de "Jebel Musa" (Montanha de Moisés), o monte Sinai tem 2.290 metros de altura e seu cume pode ser atingido de duas maneiras: sobre o lombo de camelos ou a pé, através de uma trilha conhecida como Escada da Penitência, na qual os andarilhos devem superar 750 degraus irregulares de pedra. A empreitada é cansativa e, geralmente, se vê envolta por temperaturas gélidas. Mas tais desafios só fazem o passeio ganhar ainda mais sua cara de peregrinação.

 
Alljengi/Creative Commons
Turistas assistem ao nascer do sol do topo do monte Sinai, no Egito
 
Atrações religiosas não faltam no destino: na área da montanha fica o monastério de Santa Catarina, cuja origem remonta ao século 4 d.C. e que abriga uma das comunidades monásticas mais antigas do mundo. No complexo é possível visitar edifícios como a Capela da Sarça Ardente (no local onde Deus teria falado com Moisés) e a Igreja da Transfiguração, onde se encontram os restos da mártir Santa Catarina, que batiza o complexo. 
 
Mar Vermelho
A Península do Sinai, onde se encontram o monte Sinai e o monastério de Santa Catarina, é banhada por outro ícone bíblico: o mar Vermelho. Se Moisés o cruzou durante o Velho Testamento, em uma cena que deu pico de audiência à Record, hoje os turistas gostam é de afundar nesse corpo de água.
A poucas horas do monte Sinai ficam dois balneários antagonistas. De um lado, está Sharm el-Sheikh, um recanto de hotéis caros, cassinos e discotecas, com ótimas águas para o nado e snorkel. Do outro fica Dahab, um lugar de atmosfera hippie recheado de pousadas baratas, restaurantes em conta e uma orla que exibe um mar cristalino.
Esta parte do litoral egípcio tem alguns dos melhores pontos de mergulho do Oriente Médio, com recifes extremamente coloridos e lindos peixes. O famoso Buraco Azul, por exemplo, indicado apenas para mergulhadores experientes, tem mais de 100 metros de profundidade. 

 
Creative Commons
A Península do Sinai é banhada pelo mar Vermelho e tem ótimos pontos de mergulho
 
Infelizmente, a Península do Sinai está hoje mais propensa a ser vista através de uma tela de TV do que em uma jornada de verdade. O lugar é atualmente território de atuação de grupos terroristas. Há indícios de que a queda da aeronave russa que viajava entre o balneário de Sharm el-Sheikh e São Petersburgo no último dia 31 de outubro foi causada por uma bomba plantada no avião, em solo egípcio, pelo Estado Islâmico.

Essa instabilidade faz com que diversos países do mundo não aconselhem, neste momento, jornadas para a maior parte do Sinai. O ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, por exemplo, diz que apenas "viagens extremamente essenciais" devem ser realizadas à área que rodeia o monastério de Santa Catarina e sua montanha sagrada.
Sharm el-Sheikh, por sua vez, não é um destino proibido pelo governo britânico. Mas ir à região e não poder visitar o monte Sinai por medo de ataques terroristas é, sem dúvida, um grande pecado.

http://viagem.uol.com.br/noticias/2015/11/25/praias-montanhas-e-terrorismo-veja-o-cenario-real-de-os-dez-mandamentos.htm