quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Cozumel mescla luxo com aventura marítima.

Nas águas turquesa do Caribe, a experiência de mergulhar com tubarões casa perfeitamente com banquetes com o pé na areia. Veja o que fazer na ilha em 24h.

Por Nina Ramos , de Cozumel*

Uma vez na Ilha de Cozumel, não há razão plausível para programar o despertador para depois das 6h30 da manhã. Parece cedo, eu sei, ainda mais quando se está de férias, mas vai por mim: pular da cama no paraíso localizado no Caribe mexicano vale cada minuto de sono acumulado.
E por mais que se tente acostumar o olhar, o azul turquesa da água do mar impressiona constantemente. Cozumel tem o sol como catalisador para cristalizar ainda mais o lar de milhões de criaturas marinhas que vivem na região. Um verdadeiro oásis, protegido a ferro e fogo por nativos e estrangeiros que adotaram a ilha como residência fixa

Localizada a 60 km ao Sul de Cancún, é possível chegar até a ilha por ferry boat saindo de Playa Del Carmen (sai de hora em hora, por 180 pesos mexicanos) ou com um voo de 15 minutos (pela Mayair, a passagem fica em torno de US$ 100. É salgado, mas compensa pelo visual). Estima-se, atualmente, que Cozumel abrigue mais de 80 mil pessoas, a maioria envolvida, de alguma forma, com o turismo. Na extensa faixa de areia – são 48 km de Norte a Sul, e aproximadamente 8 km de Leste a Oeste –, mais de 50 hotéis de todos os estilos recebem inúmeros visitantes durante todo o ano (principalmente, americanos e canadenses), enquanto no porto da cidade, de dois a cinco cruzeiros atracam por dia – para alegria dos trabalhadores locais, muitos deles de origem maia, civilização que domina historicamente a região.
Não à toa, funcionários do Presidente InterContinental Cozumel Resort & Spa, por exemplo, recebem os hóspedes com a mão direita do lado esquerdo do peito para desejar “M’alob K'iin”, que em maia significa “bom dia”, ou “bom sol”. Saudação que cai como uma luva. 

O primeiro ponto do sol
Diz a lenda que Cozumel é o primeiro lugar do México a receber os raios de sol, a cada manhã
Dizem que a ilha é o primeiro ponto do México a receber os raios de sol a cada novo dia. Historicamente, antes do período hispânico, Cozumel era um importante santuário maia, e Ixchel, a deusa da fertilidade, era adorada. Até hoje, entre maio e junho, acontece a Travessia Sagrada Maia, uma grande festa para manter a tradição.
Depois que os espanhóis, comandados por Juan de Grijalva, chegaram no local (já no século XVI), a população aumentou por conta de casamentos entre maias e o novo povo. De uma maneira ou de outra, o antigo grupo nunca deixou a ilha. Prova disso é que é possível encontrar em qualquer esquina pessoas conversando em dialeto maia.
Dito isto, para quem procura dias de tranquilidade, com pitadas de cultura, muito sol e luxo, o cinco estrelas, cujas diárias da acomodação de frente para o mar começam em US$ 500 (alta temporada, ou US$ 280 em baixa), é o destino certeiro. O local tem oito tipos de quartos, num total de 220 acomodações. Vai por mim: um dia em Cozumel recarrega energias por semanas – e a aventura anda de mãos dadas com o glamour do resort. Quer ver?
Às 6h30 toca o despertador. Para o café da manhã, pé na areia e uma bela mesa de frutas, torradas, ovos ao gosto do cliente, sucos e chocolate. A receita agora é um bom protetor solar, óculos escuros e máquina fotográfica em mãos. Na praia, basta um pé na água para logo encontrar um cardume de inocentes peixinhos curiosos. A saber, Cozumel tem a segunda maior barreira de corais do mundo, ficando atrás apenas da Austrália. Dito isso, não dá para pensar duas vezes em incluir como prioridade na lista de passeios um mergulho de snorkel (para os que estão sem tempo na agenda) – ou até com tanque (requer treino antes).
O iG se aventurou por dois recifes: no primeiro, com cerca de três metros de profundidade, estrelas do mar, moreias e uma variedade infinita de peixes. Já no segundo, mais em alto mar, foi possível nadar lado a lado com barracudas, tartarugas marinhas, lagostas e até tubarões. “E eles têm mais medo de você do que você deles”, encoraja o guia do serviço Scuba Du. Em determinado momento, ele avista algo de errado na areia branca, mergulha fundo e volta com uma pilha em mãos. O lixo vai para o barco, para ser descartado corretamente em terra firme.

Tacos e tendas
A ida para a ilha de Cozumel reserva paisagens de tirar o fôlego
De volta ao hotel, depois de uma chuveirada para retirar a água salgada do corpo, é hora do almoço. A dica no Caribeño, um dos restaurantes do resort, é o Taco de Rib Eye com drink de limão (só cuidado com a pimenta, sempre presente). Premeditado ou não, no dia em que almoçamos no local, o cenário paradisíaco fez par com música brasileira ao fundo. Gilberto Gil e Céu embalaram a refeição. Combina com a delicadeza dos mexicanos: eles se esforçam até para tentar arranhar o português, muito mais difícil para eles do que o espanhol para nós.
Para o período da tarde, opção é o que não falta – dentro e fora do resort. É válido visitar as ruínas maias descobertas na ilha, se arriscar no jet ski ou no stand up paddle, praticar esportes como tennis ou golf. Ou relaxar no Mandara SPA, localizado no interior do hotel. Por lá, encontramos as mãos de santa da funcionária Guadalupe. Antes da sessão de massagem, é preciso escolher uma essência entre quatro opções. Em uma sala privativa, iluminada na medida certa, aromatizada e silenciosa, a massagem tem duração de 50 incríveis minutos. De lá, para finalizar, um mergulho na Jacuzzi quente e uma chuveirada gelada. Nada mais luxuoso e revigorante.
No fim do dia, a dica é bater perna na região do porto (de 10 a 15 minutos de carro do hotel), onde tendas e lojas de marca se misturam para receber os turistas. Atenção: produtos artesanais, como batas bordadas, mantas, sombreros e cerâmica, podem sempre baixar de preço. Aliás, pechinchar é palavra de ordem no México. Tirando lojas internacionais, com preços tabelados, o valor de tudo pode sofrer desconto de acordo com a força de vontade do cliente e simpatia do vendedor. E se você não quiser levar pesos na carteira, o dólar americano é aceito em praticamente todos os estabelecimentos.

Para fechar com chave de ouro 
Por volta das 18h30, 19h, o sol deixa o céu da ilha com um espetáculo cor de tangerina. Mesmo assim, os termômetros permanecem na casa dos 27ºC. Para efeito de registro, a alta temporada na costa tropical mexicana é considerada entre novembro e abril, ou seja, inverno e primavera na região. É quando americanos e canadenses fogem do frio intenso do Norte. Já no verão, o calor é digno do Rio de Janeiro, e o risco de chuva é bem maior. Nesse meio tempo, a ilha é destino esportivo. Desde 2009, por exemplo, abriga uma etapa do circuito Ironman de Triathlon, e também é casa dos amantes de golf.
Para encerrar o dia com chave de ouro, vale um jantar no Alfredo di Roma, localizado no resort e aberto ao público em geral. Rubens Savastano, gerente do local e brasileiro de Campinas, interior de São Paulo, sugere a excelente pedida: salada Caprese de entrada, Mero com molho fino de frutos do mar como principal, e, para acompanhar, Trimbach Gewürztraminer, um vinho branco refrescante e aromático.
Mais uma caminhada com pé na areia, e a energia está carregada. Na manhã seguinte, o degradê azul turquesa estará novamente esperando para o bom dia. No caminho para o quarto, só não se assuste se passar por alguma iguana ou siri, moradores da região: são amigáveis, assim como todos os mexicanos. Bom descanso e M’alob K'iin.

http://turismo.ig.com.br/destinos-internacionais/2014-11-27/cozumel-mescla-luxo-com-aventura-maritima.html

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