Febre entre turistas, 'pau de selfie' ganha adeptos e críticos pelo mundo.
Bastão para selfies já é onipresente em locais como Coliseu e Torre Eiffel.
Fãs citam praticidade e críticos, narcisismo; acessório foi banido em estádio.
Da Associated Press
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Casal tira foto com o 'pau de selfie' em frente ao museu do Louvre, em Paris (Foto: Remy de la Mauviniere/AP) |
Tirar selfies em atrações turísticas não é nada novo. Mas até
recentemente, se o viajante quisesse uma foto melhor em que aparecesse
não só ele mas também o monumento visitado ao fundo, tinha que pedir
para algum estranho tirar a foto.
"Em inglês, há quem chame o acessório de “narcissi-stick”, em uma brincadeira com a palavra “nascissistic”(narcisista)."
Agora, tirar fotos próprias ou de grupo captando um ângulo maior ficou
mais fácil com os bastões retráteis para selfies – extensores que
permitem fixar a câmera ou o celular em uma extremidade e segurá-los a
alguma distância.
Batizado popularmente de “pau de selfie”, o acessório já é oferecido
insistentemente por vendedores na entrada de atrações turísticas como o
Coliseu e ganhou rapidamente adeptos pelo mundo. Mas também é alvo de
críticas e até de proibição em alguns espaços.
Conveniente, mas narcisista
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Turista tira foto de si mesma na Times Square, em Nova York, usando o 'pau de selfie' (Foto: Seth Wenig/AP) |
Os fãs ressaltam sua conveniência: não é preciso mais incomodar os
passantes pedindo que eles tirem fotos e correr o risco de um resultado
que não agrada ou, pior, de a pessoa sair correndo com o iPhone ou a
câmera na mão. Além disso, alegam, é um avanço em relação às selfies
comuns porque permitem evitar aquela imagem estranha do braço esticado
ao tirar o autorretrato.
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Turistas em Dubai usam bastão de selfie para tirar
foto em frente ao arranha-céu Burj Khalifa
(Foto: Kamran Jebrelli/AP) |
Mas alguns viajantes lamentam a perda da pequena interação decorrente
de pedir a algum morador local que ajude a preservar a memória da
viagem. Além disso, críticos expressam profundo ódio aos bastões por encarnarem um símbolo do foco de muitas pessoas em si mesmas. Em inglês, há quem chame o acessório de “narcissi-stick”, em uma brincadeira com a palavra “nascissistic”(narcisista).
Em diversas atrações turísticas, como como no Burj Khalifa, o famoso
arranha-céu de Dubai, e na Torre Eiffel, em Paris, os “paus de selfie”
já se tornaram onipresentes.
"Um hotel nos EUA empresta 'paus de selfie' aos hóspedes; já um estádio de Londres proibiu o acessório por obstruir a visão."
O Hotel Four Seasons, em Houston, nos Estados Unidos, começou a deixar
bastões de selfie disponíveis para os hóspedes desde a última semana,
“da mesma forma que muitos hotéis emprestam guarda-chuvas”, afirma a
porta-voz do estabelecimento, Laura Pettitt.
Já um estádio de futebol em Londres, o White Hart Lane, resolveu
proibir o acessório porque ele estava "obstruindo a visão de outros
torcedores".
Febre no Coliseu
Há vários tipos de bastões de selfie. Os modelos mais simples apenas
seguram o celular e é preciso usar o temporizador da câmera, enquanto os
mais sofisticados usam tecnologia Bluetooth ou um fio para se conectar
ao telefone, permitindo disparar o clique à distância.
A americana Sarah Kinling, conta que foi abordada “17 vezes” por
vendedores desses bastões no Coliseu, em Roma. “Quanto mais eu os via em
uso, mais eu via como as pessoas focam nas selfies e não olham para o
lado para ver o que elas foram ver”, critica.
"Não gosto de incomodar as pessoas pedindo que tirem minha foto. Às
vezes me sinto boba [usando o bastão de selfie], mas fico mais
confortável tirando a foto por mim mesma do que pedindo a alguém."
Megan Marrs, blogueira
Mas alguns viajantes afirmam que gostam do bastão porque preferem tirar
as próprias fotos de viagem. Andrea Garcia conta que uma vez pediu que
um estranho tirasse uma foto dela no Egito e mais tarde percebeu que ele
deu zoom em seu rosto, cortando as pirâmides do fundo. A experiência
fez com que ela apreciasse os “paus de selfie”. “Você consegue controlar
sua foto”, diz. A americana Megan Marrs, autora de um blog de viagem, disse que no
início achou os bastões “ridículos”, mas acabou se rendendo. “Não gosto
de incomodar as pessoas pedindo que tirem minha foto. Às vezes me sinto
boba – uma turista a mais tirando selfie no Coliseu --, mas estou mais
confortável tirando a foto por mim mesma do que pedindo a outra pessoa.”
http://g1.globo.com/turismo-e-viagem/noticia/2015/01/febre-entre-turistas-pau-de-selfie-ganha-adeptos-e-criticos-pelo-mundo.html