Fora da temporada de verão, capital catarinense tem ritmo mais tranquilo.
Inverno é ideal para fazer trilhas, passeios de barco e comer frutos do mar.
Mariana Faraco Do G1 SC
Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, vista da região do Forte Santana (Foto: Mariana de Ávila/G1) |
Mas visitar a capital catarinense no inverno é conhecer uma cidade de atrativos que vão além da previsão do tempo. São museus, casarios históricos, frutos do mar para se fartar, mais de 30 trilhas e um sem-fim de paisagens para encher o álbum de fotos e a memória. Com o sol bem menos impiedoso, basta se proteger do famoso vento “suli” e descobrir a ilha em sua versão mais autêntica, sem tantos turistas por perto.
Considerando os atrativos e as características dessa época do ano, o G1 preparou um roteiro de até cinco dias na cidade, com tudo o que não se pode perder ao visitar a ilha. E, caso fique aquela sensação de “quero mais”, sempre haverá o verão. Confira as dicas:
DIA 1
Para aplacar logo a ânsia de ver o mar, comer um bom camarão e conhecer um pouco da cultura local, que tal unir todos esses programas em um só? Pegue a SC-401 e rume para o Norte, em direção a Santo Antônio de Lisboa, a 15 km do Centro.
Igreja de Santo Antônio de Lisboa foi erguida no século XVIII (Foto: Mariana Faraco/G1) |
O povoado é o mais antigo de Desterro, como era chamada a Ilha de Santa Catarina.
Vale passear sem pressa pelas ruas de Santo Antônio de Lisboa e apreciar as lojinhas de artesanato local – é possível encontrar rendeiras trançando as mãos com habilidade, mantendo viva uma tradição que passa de mãe para filha.
Vista do mar de Santo Antônio de Lisboa (Foto: Márcia Callegaro/G1) |
Largo da Alfândega, com o Mercado Público ao fundo: pausa na hora do rush (Foto: Santur/Divulgação) |
Mas não se atrase: é bom reservar um tempo para conhecer o Forte Santana, onde funciona o Museu de Armas Major Lara Ribas, aberto de terça a domingo das 9 às 17h, com entrada gratuita. Fica bem perto da Ponte Hercílio Luz, onde o pôr do sol rende belas fotos. Há anos a ponte está fechada para visitação. Atualmente, passa por uma reforma.
Fotos garantidas, rume em direção ao Largo da Alfândega: o Mercado Público de Florianópolis é um clássico para a happy hour. É o tempo de aguardar a hora do rush passar (sim, Floripa tem um trânsito intenso no fim de tarde em direção ao continente) para então cruzar a ponte Colombo Sales rumo ao bairro de Coqueiros, que desponta como nova rota gastronômica da cidade.
DIA 2
Reserve o dia para curtir as belezas da região da Lagoa da Conceição e das praias do Leste da ilha – as preferidas dos surfistas. As dunas da Praia da Joaquina são ideais para a prática de sandboard, ou surfe na areia. A Praia Mole também merece uma visita – é possível tirar belas fotos no mirante que fica no caminho para a Barra da Lagoa.
Dunas na Lagoa da Conceição e Joaquina são procuradas para sandboard (Foto: Valéria Martins/G1) |
Pela Mata Atlântica, trilha para a isolada Costa da Lagoa tem cachoeira (Foto: Márcia Callegaro/G1) |
Para voltar, é possível pegar um barquinho de volta para o “centrinho” da Lagoa. A passagem custa R$ 7,50.
Se estiver no pique, volte para a Barra da Lagoa e conheça o Projeto Tamar, dedicado à preservação das tartarugas marinhas. À noitinha, a Lagoa da Conceição dá lugar a uma vida noturna intensa – o "centrinho" da Lagoa e a Avenida das Rendeiras são repletos de bares, restaurantes e casas noturnas.
DIA 3
Uma maneira de conhecer melhor a história catarinense sem perder o mar de vista é contratar um passeio de escuna, que passa por ilhas e fortalezas da região. Em julho, elas continuam operando, com exceção das segundas e quartas-feiras. Há saídas do centro, ao lado da Ponte Hercílio Luz, e de Canasvieiras, no Norte, ao lado do trapiche, mais à direita da praia, onde funciona uma associação que reúne as empresas locais.
Escunas levam até fortaleza da Ilha de Anhatomirim, erguida no século XVII (Foto: Thiago Tavares/Divulgação) |
Para visitar a Ilha de Anhatomirim é preciso pagar uma taxa de R$ 8 para a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Os passeios costumam dar a opção de almoçar (R$ 25 por pessoa) em Governador Celso Ramos, mas também é possível levar o próprio lanche. Com sorte, é possível avisar golfinhos durante o passeio pela baía que leva o nome deles. E os mais corajosos podem cair na água na Ilha do Francês.
Badalada, Jurerê Internacional tem festas e shows o ano todo(Foto: Felipe Carneiro/Divulgação) |
Outra opção é seguir para a vizinha mais badalada, Jurerê Internacional, onde é possível tomar um banho de mar delicioso – mesmo no inverno, se for um dia de sol. Os clubes de praia abrem aos fins de semana e há uma uma intensa programação de shows e festas, o ano todo.
DIA 4
Inaugurada em 2014, a trilha ecológica do Parque Estadual do Rio Vermelho é uma boa opção para começar o dia em contato com a natureza. Ele pode ser acessado pela SC-403, que corre pela direita a Lagoa da Conceição.
Praia da Lagoinha, no Norte de Florianópolis, tem pesca artesanal de tainha (Foto: Mariana Faraco/G1) |
A trilha fica aberta de terça a domingo (inclusive em feriados), das
10h às 17h. O passeio é gratuito e acompanhado por um guia do parque,
que leva grupos de visitantes por um caminho com grau zero de
dificuldade: ele é totalmente acessível a cadeirantes e carrinhos de
bebê, e tem até banquinhos para descansar durante as explicações.
Macaquinhos podem ser vistos na trilha do Parque Estadual do Rio Vermelho (Foto: Mariana Faraco/G1) |
Bem perto do parque fica a entrada para a desértica praia de Moçambique, a mais extensa da ilha, com mais de 7 km. Siga para o Norte e vá até o mirante da Praia Brava, com uma vista privilegiada para a orla, cujos condomínios são bem badalados - o ex-tenista Gustavo Kuerten, por exemplo, costuma ser visto por lá.
Se quiser passar o resto da tarde relaxando, vá até a vizinha e pacata Lagoinha de Ponta das Canas, uma praia tranquila, de cerca de 1 km de extensão, reduto de pescadores. Com sorte, você pode chegar bem na hora em que eles estiverem “cercando” um cardume de tainhas – peixe típico do inverno em Santa Catarina.
Com rapidez, um grupo pula num barquinho de madeira, enquanto os outros ajudam a puxar a rede. Se não for dia de “arrasto”, é o caso de se sentar em um dos dois ou três restaurantes pé na areia que abrem em dias de tempo bom e deixar o tempo passar sem pressa.
Ainda no Norte, a Praia de Cachoeira do Bom Jesus concentra boas opções para comer à noite.
DIA 5
O último dia é destinado para o Sul da ilha, a parte mais bucólica de Florianópolis, que respira a cultura dos colonizadores açorianos. E que tal conhecer a região de bike? Há opções de passeios para outras partes da ilha, mas um dos mais conhecidos é o tour que passa pelo Sul da Ilha. Os passeios duram cerca de 5 horas e custam, em média, R$ 69, incluídos o aluguel da bicicleta, o capacete e o acompanhamento de um guia.
Praia do Morro das Pedras (com Armação) é considerada uma das mais bonitas de Florianópolis (Foto: Carolina Lopes/G1) |
É importante verificar se o passeio inclui um carro de apoio, para o
caso de alguém ficar cansado. Há a opção de solicitar uma bicicleta
elétrica, que não exige tanto esforço físico. O reteiro pelo Sul da ilha
costuma incluir uma visita às praias do Campeche e do Morro das Pedras,
com visita a um mirante. O trajeto inclui também uma parada na Lagoa do
Peri, onde funciona o Projeto Lontra. Nas cinco horas de passeio, dá
tempo ainda de almoçar na Praia da Armação e esticar para a Praia do
Matadeiro, acessível por trilha.
Fazer trilhas de bike é opção para conhecer Florianópolis (Foto: Michael Ojo/Divulgação) |
Mas não vá embora de Florianópolis sem conhecer a região mais “manézinha” de Florianópolis, o Ribeirão da Ilha, também no Sul, mas voltada para o continente. Na chamada Freguesia, uma pracinha à beira-mar convida a relaxar e curtir o pôr do sol. E, se for um apreciador de ostras, saiba que está num dos principais pontos de maior cultivo da ilha – que responde por 85% da produção nacional.
Sol Bucólico Ribeirão da Ilha é ideal para comer ostras apreciando o pôr do sol (Foto: Valéria Martins/G1) |
Há roteiros guiados que levam até as fazendas de ostras, com degustação
ao final. A região, repleta de casarios açorianos, também tem bons
restaurantes que servem a iguaria, entre outros frutos do mar.
DICAS DO G1
- Se você pretente chegar a Florianópolis de avião ou ônibus, considere a possibilidade de alugar um carro. As distâncias são longas, mesmo na mesma região da ilha, e fora das áreas centrais é muito raro encontrar um táxi. Em algumas regiões os horários de ônibus são espaçados, e quase sempre é preciso esperar pela baldeação em terminais regionais.
- Prepare a mala para todas as estações. Nessa época do ano não é difícil que as temperaturas fiquem abaixo dos 10°C à noite e no amanhecer, mas há dias em que os termômetros podem chegar a 28°C à tarde.
- Apesar de ser relativamente segura em relação a outras capitais, não descuide de seus pertences pessoais e evite andar à noite em áreas mais isoladas da região central.
VALE EXPERIMENTAR
- Sequência de camarão na Costa da Lagoa
- Ostras e berbigões no Ribeirão da Ilha e em Santo Antônio de Lisboa
- Doces portugueses no Ribeirão da Ilha
http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2015/07/florianopolis-sc-o-que-fazer-o-que-visitar-o-que-comer.html
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