sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Miami exibe suas várias facetas arquitetônicas. 
 
Eduardo Vessoni/UOL
A vista do skyline de Miami é considerada uma das mais belas dos Estados Unidos, assim como a de Nova York e Chicago. Na foto, fim de tarde em Brickell visto a partir do hotel Mandarin Oriental
Miami é mesmo vaidosa e parece pouco tímida na hora de exibir seus dotes aos que chegam à principal porta de entrada para a Flórida, estado localizado no sul dos Estados Unidos. Em Miami Beach, parada obrigatória para quem visita a cidade, o dia mal escurece e a arquitetura de tons pastéis do Art Deco District ganha o brilho exagerado dos neons; a Ocean Drive e suas paralelas se enchem de carrões; e os visitantes mais consumistas se esforçam para carregar sacolas com nomes de grifes.

Em pleno centro da cidade, uma atração se destaca. Imponente, a Freedom Tower ainda relembra, saudosa, o tempo em que esse edifício de 1925 com arquitetura inspirada nas torres da Giralda, na Espanha, abrigava refugiados cubanos, nas décadas de 60 e 70.

Em South Beach, as construções em estilo art déco dos anos 20 e 30 ainda podem ser apreciadas na agitada Ocean Drive, avenida que abriga clássicos da hotelaria e da arquitetura como o Colony Hotel, de 1935, e o Cardozo Hotel, de 1939. Sem contar a opção de excelentes e inusitados museus, como o Wolfsonian, um simpático espaço dedicado às últimas décadas do american way of life, e o World Erotic Art Museum, que dispensa apresentações.

Em Coral Gables, o visitante quase acredita que acaba de desembarcar no Velho Continente, do outro lado do Atlântico. Essa cidade dentro de Miami possui arquitetura em estilo mediterrâneo, cercada por fontes e boulevards arborizados. O bem sucedido projeto foi desenvolvido por George Merrick, ex-governador da Flórida que, na década de 20, idealizou uma região que reunisse residências e negócios para os moradores.

É ali que atrativos como a Venetian Pool, piscina histórica esculpida em pedra coral, os jardins europeus do Vizcaya, casarão em estilo italiano de 1916, e o clássico Biltmore Hotel, declarado Patrimônio Histórico Nacional, provam que Miami é, sim, exibida. Mas não esquece seu passado.

http://viagem.uol.com.br/guia/estados-unidos/miami/index.htm

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Casa de Saramago, vulcões, praias e vinícolas: conheça atrações de Lanzarote.
Eduardo Vessoni Colaboração para o UOL, de Lanzarote (Ilhas Canárias)* 


Certa vez, o escritor português José Saramago afirmou que Lanzarote é o único lugar do planeta onde a desgastada expressão "uma imagem vale mais do que mil palavras" faz sentido. Localizado na região mais oriental das Ilhas Canárias, esse destino espanhol de 845 km² de extensão é endereço de cerca de 200 vulcões e reúne muitas belezas naturais.
Por lá, baías e praias de tons esverdeados se escondem sob montanhas milenares, estabelecimentos funcionam no interior de corredores de lava vulcânica e tem até espaço para inusitados vinhedos rasteiros, de onde saem vinhos vulcânicos e minerais.
A Ilha dos Vulcões, como a região também ficou conhecida, é daqueles lugares que a gente custa acreditar que existe. Mas ela é real e fica a 140km da costa da África e a mil quilômetros da Península Ibérica.
O cenário desolador de traços lunares, declarado Reserva da Biosfera pela Unesco, começou a se formar há 180 milhões anos - é a mais antiga de todas as ilhas do arquipélago. Porém, as erupções vulcânicas mais importantes aconteceriam, ininterruptamente, entre 1730 e 1736, sepultando sob lavas e cinzas cerca de um quarto do tamanho total da ilha.
Na prática, isso significa dizer que, para onde se olhe, um mar de vulcões se estende bem diante dos olhos do visitante, com lavas que ainda parecem seguir seu caminho natural até o mar, altas taxas de flora endêmica (encontrada apenas ali) elevam o ineditismo da ilha e antigos campos de atividades vulcânicas formam uma das paisagens mais surreais de toda a Espanha.

 
Eduardo Vessoni/UOL
Vista da Playa de Francesa, no sul de La Graciosa

Para você não ficar sem palavras diante das imagens surreais de Lanzarote, o UOL Viagem descreve abaixo as atrações mais impactantes do destino.
 
Vulcões
O ícone geológico da ilha é o Parque Nacional de Timanfaya, uma área desértica não habitada de 51 km², no sudoeste de Lanzarote, conhecida também como Montanhas de Fogo. A Rota dos Vulcões é um tour de 40 minutos a bordo de um ônibus que serpenteia estradas rústicas que riscam vulcões, onde podem ser vistos 25 crateras vulcânicas.
Outra atração que fez da geologia sua cenografia é o Jameos del Agua, um túnel vulcânico de mais de 6 km de extensão, criado durante as erupções do vizinho Volcán de la Corona há 3.500 anos, aproximadamente. Seria mais uma atração geológica não fosse pelo inusitado bar-restaurante que funciona em seu interior, onde refeições e shows musicais acontecem às margens de um lago natural.
A Cueva de los Verdes é outro endereço surreal formado a partir do La Corona. Localizado no norte da ilha, o local é um labirinto de galerias vulcânicas de até 50m de altura, cujos tons avermelhados e ocres são destacados pelo dramático projeto de iluminação e música incidental do artista Jesús Soto, que vai se alterando ao longo da caminhada por lagos interiores e formações rochosas que protegem canais de lava.
Se Lanzarote parece coisa de cinema, foi no Volcán El Golfo que o cineasta Pedro Almodóvar ambientou uma das cenas do filme "Abraços Partidos". Esse anfiteatro natural aberto diante do mar abriga a Laguna de los Clicos, uma lagoa esverdeada formada pela inundação da cratera do vulcão, considerado um dos raros exemplos de hidrovulcanismo do planeta, quando magma e água se encontram.
 
Artes
Sem dúvida, o escritor português José Saramago e o artista César Manrique são os protagonistas dos espaços culturais mais famosos de toda Lanzarote.

O vencedor do Prêmio Nobel da Literatura de 1998 é o tema da Casa José Saramago, espaço de exposições localizado na mesma construção onde o escritor passou os últimos 18 anos de sua vida, ao lado da esposa, Pilar del Río.

 
Eduardo Vessoni/UOL
Playa de la Cocina, nos pés do vulcão Montaña Amarilla

O visitante pode conhecer ambientes originais da casa, como o escritório em que o escritor escreveu as primeiras linhas da obra "Ensaio sobre a Cegueira"; sua sala de descanso, com vista para o mar e com trabalhos artísticos feitos por artistas como Niemeyer e Carybé, inspirados em personagens de seus livros; o quarto onde Saramago “cerrou os olhos e deixou que a vida o fosse deixando”, no dia 18 de junho de 2010; e a cobiçada biblioteca com 16 mil livros divididos por temática, país e autor, inclusive com dedicatórias de escritores como Eduardo Galeano e Gabriel García Márquez.
Outro espaço de exposições obrigatório é a Casa-Museo César Manrique, no norte de Lanzarote. O museu, localizado na residência original do artista, construída no interior de corredores vulcânicos, abriga um acervo com quadros, esculturas, desenhos, móveis e cerâmicas. O local do acidente que tiraria a vida desse artista multidisciplinar, nascido na capital Arrecife, inspirou o cineasta Pedro Almodóvar na cena do acidente de carro do filme "Abraços Partidos".
 
Vinhos
Longe dos campos verdes de destinos viticultores da Europa, a ilha de Lanzarote surpreende pela produção de vinhos em terras tão áridas. Suas areias negras vulcânicas servem como proteção natural contra os ventos para as plantações de uvas como Malvasia e Listán Negra, plantadas e colhidas, manualmente, entre muros ou em buracos escavados que também têm a função termorreguladora de preservar a umidade da terra e controlar o calor intenso da região.

Destaque para a Bodegas La Florida, em funcionamento em um edifício histórico de 1870. Com uma área de 20 hectares, essa vinícola tem visitas para conhecer a pequena área de produção, de onde saem discretas 45 mil garrafas por ano.

 
Eduardo Vessoni/UOL
O ícone geológico de Lanzarote é o Parque Nacional de Timanfaya

Não deixe de fazer o tour guiado com o proprietário Ginés González Viera, que costuma levar os visitantes até o corredor vulcânico que abriga parreiras suspensas de Moscatel e o dragoeiro canário de 275 anos de idade, árvore típica das Canárias e das ilhas portuguesas da Madeira e Açores, conhecidas por seus troncos retorcidos.
 
Praias
Com águas calmas e de temperaturas moderadas durante todo o ano, as praias da ilha de Lanzarote surpreendem pela variedade de sua cenografia isolada, formada por faixas de areia, enseadas ou sob penhascos rochosos, onde é possível inclusive nadar aos pés de um vulcão.

A atração litorânea mais popular é La Graciosa, a noroeste de Lanzarote. Plana e com ruas de areia, essa ilha de 29km² - com casinhas brancas que se destacam entre vulcões - abriga algumas das praias mais belas do destino de apenas 660 habitantes, no arquipélago Chinijo. Suas faixas de areia são marcadas pela geografia selvagem de atrações isoladas, como a Playa de la Cocina, uma enseada de 50m de extensão que fica nos pés do vulcão Montaña Amarilla.
A vizinha Playa de Francesa, onde desembarcam os turistas que chegam de Órzola, ponto de partida para La Graciosa, é uma faixa de areia fina com pouco mais de 400m de extensão e um dos cenários mais impressionantes do sul de La Graciosa, cujas águas transparentes e tranquilas são procuradas por famílias e amantes de esportes náuticos.

 
Eduardo Vessoni/UOL
La Graciosa vista do Mirador del Río

Para entender a origem do nome La Graciosa, suba até o Mirador el Río, em Lanzarote, um mirante construído a 400m de altitude, sobre o penhasco Risco de Famara, entre dois acidentes geológicos. Essa construção camuflada entre rochas, um projeto do artista César Manrique, tem vista panorâmica da ilha La Graciosa, do Parque Natural del Archipiélago Chinijo e das Salinas del Río.
De volta à ilha principal de Lanzarote, surfistas se encontram na urbana Famara, no município de Teguise, cujas águas agitadas lhe deram a fama de "Havaí da Europa", onde é possível praticar surfe, bodyboard, kitesurf e windsurf.
Já os locais preferem o isolamento de Caletón Blanco, uma praia estreita de nove metros de extensão de areia branca, próximo a Órzola, com piscinas naturais formadas por rochas vulcânicas.
Espécie de parque de diversões dos amantes de praias isoladas, o Monumento Natural de Los Ajaches é uma das formações geológicas mais antigas das Ilhas Canárias e abriga pequenas praias em enseadas que se escondem aos pés de penhascos vulcânicos, no sul da ilha, como as praias Mujeres, Papagayo e Puerto Muelas.
 
Quando ir
Com temperaturas médias anuais de 21º C, Lanzarote é uma espécie de eterna primavera, cuja alta temporada costuma ser durante o inverno da Europa, quando moradores de países mais frios passam as férias por ali.

 
Mais informações: Site do turismo de Lanzarote www.turismolanzarote.com
Site do turismo da Espanha www.spain.info
*O jornalista viajou a convite do Escritório de Turismo da Espanha e da Iberia Linhas Aéreas

http://viagem.uol.com.br/guia/espanha/ilhas-canarias/roteiros/casa-de-saramago-vulcoes-e-vinicolas-conheca-atracoes-de-lanzarote/index.htm

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

De Barbados ao Sri Lanka: 10 destinos alternativos para estudar e turistar.
 
Partir para uma experiência no exterior, seja para estudar ou vivenciar uma nova realidade, quase sempre envolve os mesmos destinos: EUA, Inglaterra, Irlanda, Austrália ou Nova Zelândia para quem quer aprender inglês, por exemplo. Mas o mundo é grande e não faltam opções para sair da zona de conforto, com a possibilidade de conhecer culturas bem diferentes e sem tantos brasileiros em volta. O UOL Viagem preparou uma lista que lhe ajudará a descobrir um destino diferente de intercâmbio - e onde você também possa fazer roteiros turísticos. 
 
Malta
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O destino vem ganhando popularidade entre os intercambistas - e não é difícil entender por quê. Apesar de ter o maltês como língua principal, a ilha foi colonizada pelos britânicos - o que influenciou bastante a cultura - e praticamente todo mundo domina o inglês.
Pesa a favor também a localização. Parte da União Europeia, fica no mar Mediterrâneo, a um pulo de destinos como Grécia e o sul da Itália. Outro ponto que deve ser levado em consideração é o custo de vida, bem mais acessível que outros países de língua inglesa na Europa. Para completar, o clima é ensolarado e agradável o ano todo, propício para desfrutar as belas praias do país, seja em St. Julians, onde a maioria das escolas está, ou nos principais cartões-postais de Malta, como a ilha de Gozo.
Leia mais em: http://viagem.uol.com.br/noticias/2013/02/26/malta-e-uma-ilha-aconchegante-e-pouco-conhecida.htm 

Barbados 
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Outro paraíso a ser descoberto pelos estudantes fica na América Central. Com colonização britânica, Barbados tem o inglês como língua oficial. Escolas oferecem cursos que vão de três meses a um ano. É a oportunidade de aprender o idioma e, na hora de relaxar, desfrutar de uma das 60 praias. Conta a favor também o clima hospitaleiro da ilha, que vive basicamente do turismo e, apesar do inglês, esbanja latinidade, com uma sociedade alegre e cheia de vida. Vale ressaltar que o país está fora da rota dos furacões e fica a apenas seis horas de avião de São Paulo. 

Cingapura 
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Para quem quer mergulhar de cabeça em outra cultura, uma opção é estudar em Cingapura. O país, cujo inglês é uma das línguas oficiais, mistura influências ocidentais, com seus arranha-céus futurísticos, e barraquinhas de artesanatos, casas de chá e feiras de comida de rua. Apesar da grande quantidade de estrangeiros que vivem em Cingapura, poucos falam português. Chineses, indianos e malaios são maioria, deixando ainda mais rica a experiência fora de casa. O país é composto por uma ilha principal e outras 63 menores. Ou seja: há opções de passeio de sobra na folga da escola.
Leia mais em: http://viagem.uol.com.br/guia/cingapura/cingapura/ 

China 
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A busca por aprender o mandarim tem crescido, afinal, o idioma oficial chinês é o mais falado do mundo e vem ganhando importância para quem busca qualificação no mercado de trabalho, já que a China é o principal parceiro econômico do Brasil. São dois os principais destinos para quem quer aprender a língua. A capital Pequim, que se reinventou depois das Olimpíadas de 2008, é cada vez mais receptiva aos turistas, e é viável se comunicar em inglês por lá. Apesar de moderna, ainda guarda suas tradições, seja em templos ou nas barraquinhas de comida de rua. A outra opção para ficar é Xangai. Conhecida como a Nova York chinesa, é a metrópole mais cosmopolita e moderna do país. 
Leia mais em: http://viagem.uol.com.br/guia/china/pequim/index.htm 

Nepal 
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Quem não quer estudar, mas sim fazer um intercâmbio cultural e viver uma experiência diferente no exterior, uma opção é rumar para o exótico Nepal. No pequeno país localizado na cordilheira do Himalaia, famoso por abrigar o ponto mais alto do planeta, o Monte Everest, e por ser local de nascimento do Buda, a alternativa é se envolver em trabalhos voluntários.
As funções incluem auxiliar professores de escolas públicas, ajudar no centro médico infantil, no orfanato ou em atividades de empoderamento das mulheres nepalesas. Só não espere muito descanso em sua temporada no Nepal, que podem ser de duas a 12 semanas. O trabalho é desgastante, podendo requerer de cinco a sete dias por semana, entre quatro e oito horas por dia. 

Sri Lanka 
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Outra opção de voluntariado em terras estrangeiras é no Sri Lanka. Marcado por uma guerra civil que durou até 2009, hoje o país vive tempos de paz, recebendo turistas com seu povo sorridente e sereno, belos templos budistas e hinduístas, exuberantes florestas e muitas praias. As atividades incluem ajudar no empoderamento das mulheres, cuidar e ensinar crianças e, para quem gosta de esportes, existe também a chance de atuar no desenvolvimento de atletas locais. As atividades se concentram na capital, Colombo, mas também existem alternativas pelos 65 mil km² da ilha localizada ao sul da Índia.
Leia mais em: http://viagem.uol.com.br/noticias/2013/05/23/religiao-e-natureza-mostram-como-o-sri-lanka-se-recupera-da-guerra.htm 

Marrocos 
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Se o objetivo é aprender francês e Paris é "manjado" demais para você, o caminho pode ser o norte da África. No Marrocos, antiga colônia francesa, este é o segundo idioma falado, depois do árabe. As escolas se concentram principalmente na capital, Rabat. 
Margeada pelo Oceano Índico e o deserto do Saara, une o antigo, com suas muralhas e os tradicionais mercados de rua, com a modernidade da segunda maior cidade do país, atrás de Casablanca. 

Tailândia 
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A Tailândia é um dos países mais cobiçados pelos viajantes do mundo. A cosmopolita capital Bangcoc é o centro econômico, politico, cultural e religioso da ilha. Como nas cidades mais desenvolvidas da Ásia, a tradição - com mercados flutuantes e templos budistas - caminha lado a lado com a modernidade de grandes prédios futuristas e intensa vida noturna.
Existem possibilidades desde cursar parte do ensino médio no país, assim como graduação e pós-graduação (sempre ministrados em inglês), ou ainda participar de um dos programas de trabalho voluntário. No tempo livre, vale uma escapada para conhecer suas paradisíacas praias ou provar sua mundialmente renomada gastronomia.
Leia mais em: http://viagem.uol.com.br/guia/tailandia/bancoc/ 

Bolívia 
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Para aprender o espanhol, Sucre, a capital da Bolívia, é uma opção. A cidade declarada Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco é um dos centros universitários do país, com duas universidades (a mais antiga delas, fundada em 1624), dando uma atmosfera jovem ao local.
É recomendado para quem não quer encontrar muitos brasileiros, já que a maioria dos estudantes intercambistas por lá são americanos e europeus. Outra vantagem é que em tempos de alta do dólar, o país ainda é barato em relação ao custo de vida nas grandes capitais brasileiras.
Leia mais em: http://viagem.uol.com.br/guia/bolivia/sucre/ 

No mar 
Divulgação/Semester at sea

Se com tantas opções está difícil escolher o destino de intercâmbio, você pode optar por 11 países ao mesmo tempo, viajando em um cruzeiro do programa Semester at sea ("Semestre no mar", em tradução livre), que passa por 15 cidades ao redor do planeta.
A viagem parte de San Diego, nos EUA, passa por países como Japão, China, África do Sul e Marrocos e desembarca em Southampton, na Inglaterra. Entre um porto e outro, aulas colocam os alunos em uma imersão em temas como globalização e a cultura dos países inclusos no roteiro. Para participar do programa, os alunos devem estar na universidade e fazer um teste de proficiência na língua inglesa, como TOEFL ou IELTS.
Mais informações: www.semesteratsea.org

http://viagem.uol.com.br/noticias/2015/10/25/de-barbados-ao-sri-lanka-10-destinos-alternativos-para-estudar-e-turistar.htm

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

China abre parque de diversões comunista; conheça outras 5 atrações curiosas no país.
 
Quem quer fugir do tema político pode encontrar museus dedicados, por exemplo, ao pato assado e à melancia.
 
Da BBC
 

O chamado "turismo vermelho", que exalta a história e os valores comunistas, parece estar cada vez mais na moda na China.
Porém, a ideia de inaugurar um parque de diversões dedicado exclusivamente ao Partido Comunista não tem sido necessariamente um êxito se considerarmos os comentários nas redes sociais.
O maior parque desse tipo acaba de abrir suas portas em Wuhan, no centro do país, a tempo para a chamada "Semana Dourada", que, composta por uma série de feriados, impulsiona o turismo no país.
Sua aparência austera, no entanto, não tem impressionado. E há ainda quem classifique o local como uma tentativa de "lavar o cérebro" da população.
O objetivo autodeclarado do parque é ajudar os visitantes a compreender melhor conceitos como o de "socialismo com características chinesas" e as "extraordinárias contribuições" das figuras históricas do partido.
Entre suas atrações se destaca uma bandeira dos Jovens Pioneiros e uma escultura iluminada com os valores do Partido Comunista da China.
"Está incompleto. Faltam algumas estátuas de funcionários corruptos para que a gente possa cuspir em cima", afirmou no Weibo, rede social mais usada no país, o usuário Netizen H_Helios.
"Esse tipo de lavagem cerebral é feito com o dinheiro dos contribuintes", disse o internauta Wowowojiubu na mesma plataforma.
O parque recém-inaugurado deverá enfrentar a concorrência de um Disney Resort em Xangai, previsto para 2016. Além disso, o estúdio Universal planeja abrir uma atração semelhante em Pequim, em 2019.
Já não faltam, porém, opções no país para os interessados em lugares peculiares e, digamos, menos ideológicos. Confira algumas delas:
 
1) O Museu do Pato Assado
Visitar museus pode dar fome, o que, sem dúvidas, é uma boa notícia para a rede de restaurantes Quanjude, que está por trás do Museu do Pato Assado de Pequim.
O espaço tem modelos de argila que demonstram o processo de preparação do prato e fotos de personalidades, como Charlie Chaplin, degustando o "pato de Pequim".
Embora possa parecer um tema estranho para um museu, esse é apenas um exemplo de uma tendência que vem levando à abertura, anualmente, de centenas de museus de todos os tipos no país.
 
2) O Museu da Melancia
Uma dica de museu para os interessados em um alimento mais saudável que o pato laqueado é o criado no distrito de Daxing, em Pequim, em homenagem à melancia.
Esse templo dedicado à popular fruta dá ricos detalhes sobre sua história, propriedades e métodos de cultivo.
E a localização não é algo acidental: esse distrito do sul da capital chinesa é famoso por sua produção de melões e melancias.
 
3) O Parque da Vida Guerrilheira
No ano passado, a agência estatal Xinhua noticiou a existência de um parque temático dedicado à vida guerrilheira, instalado na província de Shanxi, no norte do país.
Segundo a agência, o parque "permite aos turistas experimentar a vida de guerrilheiros" por meio da representação de histórias de guerras e de passeios pelo condado de Wuxiang, de onde operavam muitos dos antigos heróis revolucionários da China.
 
4) O Parque do Titanic
Dada a sua trágica história, muitos diriam que reconstruir o Titanic – navio que afundou após se chocar com um iceberg em 1912 – não é a melhor das ideias.
Porém, o Seven Satr Energy Investment Group parece estar decidido a fazer com que uma réplica do barco seja a principal atração do parque de diversões que está construindo na província de Sichuan.
Segundo o tabloide chinês Global Times, o custo do projeto é estimado em cerca de US$ 157 milhões (R$ 597 milhões).
O dono do estaleiro que está construindo o barco reconheceu, para a imprensa local, que a tarefa é um grande desafio, pois precisa respeitar os padrões técnicos atuais.
O que, considerando a história do Titanic, não é nenhuma má ideia.
 
5) Crime e castigo
O presidente Xi Jinping tem usado seu mandato para combater a corrupção e estimular o patriotismo.
Desta forma, não deveria surpreender a ninguém que, ao lado de atrações de "turismo revolucionário", também haja cada vez mais museus dedicados à luta contra o crime e a corrupção.
O Museu da Polícia de Pequim aborda os dois temas, oferecendo muitos exemplos de comportamentos ilegais ao lado de amostras de seu trabalho contra as forças de Kuomintang durante a Guerra Civil.
Com tantos funcionários públicos sendo acusados de corrupção nos últimos tempos, as amostras sobre o que acontece com os poderosos excessivamente ambiciosos não buscam apenas entreter: desempenham também um papel claramente preventivo.
A cidade oriental de Shiyan, por exemplo, obriga os funcionários públicos e suas mulheres a fazer um tour pela prisão local. E centros educativos para combate à corrupção abundam em toda a China.
Em um deles, no distrito de Haidian, em Pequim, as tenebrosas portas da cadeia se juntam a amostras da alta tecnologia que ajuda a visualizar melhor o que espera os corruptos.

http://g1.globo.com/turismo-e-viagem/noticia/2015/10/china-abre-parque-de-diversoes-comunista-conheca-outras-5-atracoes-curiosas-no-pais.html

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Roteiro de carro nos arredores de Fortaleza tem praias que foram cenário de novelas.

Adriana Terra
Colaboração para o UOL, no Ceará



Um dos destinos brasileiros que nunca sai da rota de viajantes é o Ceará, Estado com 573 km de um litoral que mistura cenários de dunas branquinhas, mar esverdeado e impressionantes falésias.
Aos que estão em busca de dias tranquilos em frente ao mar, a cidade de Fortaleza, quinta maior capital do país e o quarto destino mais procurado pelos brasileiros, pode parecer urbana demais - e talvez seja mesmo, mas bastam alguns minutos de estrada, a leste ou oeste, para encontrar cenários mais calmos que compõem hoje diversos roteiros turísticos na região.
Partindo da capital cearense rumo a oeste, em cerca de 45 minutos é possível chegar a Cumbuco. Situada a 35 km de Fortaleza, no município vizinho de Caucaia (nome de origem indígena que significa “mato queimado”), a praia atrai principalmente praticantes de kitesurfe. Também é bastante frequentada aos fins de semana por moradores de Fortaleza, por conta da proximidade com a capital.

Por lá, além de se aventurar no esporte é possível fazer passeios de jangada, andar de buggy pelas dunas ou apenas curtir um mergulho nas águas quentes do litoral cearense. Apesar de receber muitos turistas, contando com vasta infraestrutura de hospedagem e restaurantes, ainda é possível encontrar nos arredores pedaços de areia tranquilos.
Já a leste de Fortaleza, a chamada Rota das Falésias é composta de praias e cenários impressionantes. Beberibe se encontra no meio dela, a 91 km da capital. Acostume-se com o "filtro" alaranjado da região, de pouca vegetação e muito sol - o Ceará tem cerca de 93% de seu território inserido na porção do semi-árido nordestino.

 
Adriana Terra/UOL
Falésias de Morro Branco, no litoral leste cearense
Neste município, a pouco mais de uma hora de Fortaleza, a praia de Morro Branco é a grande estrela. Foi cenário de novelas (“Tropicaliente” e “Final Feliz”, da Globo), minissérie (“Sansão e Dalila”, da Record), filme (“O Noviço Rebelde”, com Renato Aragão) e programa de TV (o também global “No Limite”). Como é de se esperar, a visibilidade trouxe para a região muitos turistas e mudanças nas últimas décadas.
Por lá, é possível caminhar pelos labirintos formados em meio às enormes falésias avermelhadas. Foi desta formação rochosa esculpida pelo mar que um dia saíram as areias coloridas que enchiam garrafas de vidro em paisagens desenhadas por artistas locais. Hoje, a diretriz é usar areia colorida artificialmente para o ofício, informa um guia, já que a retirada de material, somada a intensa circulação de pessoas, intensificou a erosão das falésias.

Além deste artesanato, uma feira no pequeno vilarejo tem delicadas peças de renda de bilro (herança portuguesa na região) e bordado: caminhos de mesa, vestidos, camisas. Aos mais interessados no assunto, vizinho dali está o município de Cascavel, com uma conhecida comunidade de artesãos. Não atropele o passeio pelo local indo direto conhecer as falésias: neste centrinho de Morro Branco, aproveite para bater um papo com esses artistas. A alguns passos da feira estão uma igreja e a chamada "praça da Mentira", onde os pescadores do vilarejo contam os seus "causos", segundo reza a lenda.

Passeios até a chamada gruta da Mãe D'Água, caminhadas até o morro onde se encontra o mirante (para ver o sol nascer ou se pôr), visita a praia das Fontes e um mergulho no encontro do Rio Choró com o mar são outras atrações populares em Beberibe.
Graças à proximidade com a capital, esses passeios podem ser feitos em viagens bate-volta, mas se tiver tempo vale a pena reservar mais dias para curtir o ritmo local. Na região, há hospedagens para bolsos e estilos variados - de pousadinhas a resorts - e moradores que alugam casas e quartos, boa opção para quem deseja fazer uma imersão maior por ali.
A quem tem vontade de ir mais longe no roteiro, a chamada Rota das Falésias segue até Icapuí, onde os paredões chegam a 45m de altura.
 
Serviço: www.portalcumbuco.com.br http://beberibe.ce.gov.br

http://viagem.uol.com.br/guia/brasil/fortaleza/roteiros/roteiro-nos-arredores-de-fortaleza-tem-praias-que-foram-cenario-de-novelas/index.htm

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Aruba é uma ilha de bom humor que contagia.
 
Aruba Tourism Authority/Divulgação
A árvore divi-divi é um símbolo de Aruba e pode ser vista em Eagle Beach, na foto
No imaginário de muita gente, Aruba é sinônimo de paraíso. Não é pra menos: só de ver uma imagem com aquele mar azul de tons inclassificáveis que a ideia de paz e tranquilidade rapidamente vem à nossa cabeça. No entanto, a ilha caribenha não se limita apenas a servir de cenário idílico para as férias.

Diferente da vizinha Curaçao, onde a influência holandesa é mais visível em sua arquitetura e cultura, Aruba diluiu suas marcas europeias e se permitiu renovar as construções em prol do turismo. Resorts luxuosos, shoppings e as luzes coloridas dos cassinos e clubes dão a ilha um aspecto mais cosmopolita e moderno.

A diversidade cultural de Aruba pode até não ser tão visível em seus edifícios e espaços urbanos, mas fica evidente em seus pratos típicos, música e até no idioma. Ao circular pela ilha, o turista vai ouvir um pouco de tudo: holandês, inglês, espanhol e, claro, o charmoso dialeto papiamento, que parece misturar todas essas línguas – e ainda tem algumas palavras que lembram o português.

As origens de Aruba explicam essa mistura. Quando chegaram os espanhóis na época do descobrimento, em 1499, a ilha era habitada por índios Arawak. Em 1636, os holandeses se apossaram do país e lá ficaram por quase dois séculos. Os ingleses também tomaram conta de Aruba em 1805, mas por pouco tempo: a Holanda recuperou sua colônia em 1816 até 1986, quando o país ganhou autonomia política – apesar de ainda pertencer ao Reino dos Países Baixos.

A economia da ilha era monopolizada pelo refino de petróleo até o final do século 20, quando o turismo, alavancado principalmente pelos norte-americanos, dominou a cena. O baixo índice de chuvas na região e o fato de estar fora da rota dos furacões (que atingem a maioria das ilhas do Caribe entre julho e outubro) fazem com que Aruba ganhe a preferência de muitos turistas.

Não bastasse tudo o que oferece para o lazer e bem-estar do turista, a ilha ainda conta com um elemento extra: a simpatia do seu povo. Com uma população poliglota, a comunicação entre locais e visitantes flui com facilidade. Mas não é só isso, a alegria dos arubianos é contagiante, estão sempre dispostos a conversar, dançar ou contar alguma história. Vai ver é a proximidade com os trópicos. Ou talvez o bom humor tenha a ver com a paisagem que eles contemplam diariamente – tem como não rir à toa com um mar azul à disposição na sua janela?
 
http://viagem.uol.com.br/guia/aruba/aruba/index.htm

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Barcelona gastronômica tem mercados de rua, vinhos, cervejas e comilança.

 

Rafael Mosna
Do UOL, em Barcelona (Espanha)*

Comida é levada a sério na Catalunha, região autônoma da Espanha cuja capital é Barcelona. São vários, por exemplo, os mercados de rua espalhados pelos bairros da cidade.
Uma tradição que ainda persiste entre os locais faz referência a uma bebida, o vermute. "Anar a fer el vermut" (“ir para o vermute”, em tradução livre do catalão para o português) é um ato que antecede a refeição e pode envolver, além do dito cujo, também cerveja, vinho e licores para abrir o apetite. Não podem faltar aperitivos como azeitona, batatas chips e o conhecido jamón (presunto cru) aliados ao encontro entre amigos.
O UOL Viagem preparou um roteiro para ajudar quem planeja fazer de Barcelona o seu próximo destino gastronômico. Prepare o seu apetite.
 
Mercados locais
Em meio à enxurrada de turistas que circula pelos corredores, há também vários catalães que vão a La Boqueria para fazer compras. Basicamente, as mais de 300 barracas estão divididas em quatro setores: peixes e mariscos, muitos ali ainda vivos - ou moribundos; frutas regionais e importadas, com ofertas de vitaminas e sucos vendidos em copos; embutidos, como o jamón; e carnes em geral. Não faltam guloseimas, geleias, conservas, trufas brancas e negras – nas quais os espanhóis parecem ser vidrados.

As origens da Boqueria estão na antiga cidade medieval de Barcelona. Ela se localizava na área externa às muralhas, para fugir da cobrança de impostos aplicados ao comércio vigente na região interna. Era um mercado aberto, que, no século 19, se trasladou "temporariamente" para o terreno onde está fixado hoje, próximo à rambla, em uma área de mais de 2.500 m². O local, a partir do século 16, abrigava o convento das carmelitas descalças, mas foi incendiado por revolucionários em julho de 1835.

 
Rafael Mosna/UOL
Frutas à venda na Morilla Fruites, barraca no mercado La Boqueria, em Barcelona
Mais intimista, o Mercado de Santa Catarina está situado na região da Riviera, próximo ao bairro gótico, e também foi erguido em um terreno que pertencia ao convento de mesmo nome. Primeiro mercado barcelonês coberto, seu novo teto foi remodelado em 2005 e é todo colorido e decorado com pedaços irregulares de cerâmica (como as conhecidas obras do arquiteto catalão Antoni Gaudí).
O local vende quase todos os tipos de produto da Boqueria, incluindo os itens frescos, mas em menor número. Uma barraca especializada em ovos comercializa o "ovo trufado". Estocado junto a trufas, os poros da sua casca absorvem o inconfundível aroma. Se conseguir armazená-lo (ou consumi-lo) durante a viagem, pague para ver. Ou melhor, para provar.
Separada por uma porta automática de vidro, uma pequena área com um jardim vertical é destinada a restaurantes servirem refeições.
 
Pequenos produtores
Minibarracas ao ar livre vendem mel, queijo (produzidos a partir de leite de vaca, ovelha e cabra, a partir de 4 euros o pedaço; cerca de R$ 14**), balas, bolos e tortas, geleias, ervas, vinhos, chocolates, cogumelos, frutas secas. Tudo proveniente de 12 produtores do interior da Catalunha. Alguns comercializam ao consumidor final somente no local, já que, fora dali, seus clientes são apenas restaurantes.

Eles ficam na praça em frente à igreja Santa Maria del Pi (“pi”, de “pinheiro”, em catalão) das 11h às 14h30 e das 17h às 21h30 somente alguns dias do mês.
 
Na base do leite
Imagine a seguinte cena: sentada, sem pressa, uma senhora desfruta, às colheradas, uma pratada de chantilly. Puro e em quantidade de creme suficiente para a cobertura de um bolo. Na saída, pede um pouco mais para viagem. Pode parecer inusitado, mas a história tal qual descrita aconteceu na visita deste repórter à Granja M Viader (granjaviader.cat.mialias.net). "Granja", vale explicar, é um estabelecimento onde tradicionalmente vendem leite e seus derivados.


 
Rafael Mosna/UOL
Área do Mercado de Santa Catarina possui jardim vertical, restaurantes e mesas
Com certo ar vintage, está situada em uma ruela (carrer xuclà, 7) próxima à rambla. Para levar ou comer ali mesmo, há iogurte feito com leite de cabra, crema catalana (sobremesa similar ao francês crème brûlée) e mató (queijo fresco típico catalão, de origem medieval, feito com leite de cabra ou ovelha; sem sal, é geralmente servido com mel, então chamado “mel i mató”).
Tem destaque na prateleira o cacaolat, leite com chocolate vendido tradicionalmente em uma garrafinha de vidro. Criado por Marc Viader, faz parte da memória afetiva dos catalães.
Os comes e bebes, atualmente, não ficam restritos aos derivados de leite. Há também doces e embutidos de porco, entre outras iguarias.
 
Palácio medieval
O bairro gótico de Barcelona guarda construções que remontam à Idade Média. Em uma delas está localizado o restaurante Neri (www.hotelneri.com), cujo salão está ambientado em meio a um muro de pedras que data do século 12. Para comer, espere por criações inventivas em um ambiente tranquilo.

Repare nas pedras negras em exposição logo na entrada. São sais indianos Kala Namak, cujo sabor é bastante próximo ao do ovo frito.
A apresentação delicada de pratos como o carpaccio de alcachofra com romesco (molho típico) e secallona (embutido de porco) ganha pequenas flores de cebolinha, bem notadas à boca (o sabor é similar ao da planta).
Apesar de fazer parte da cadeia luxuosa Relais & Châteaux, a experiência gastronômica na casa está longe dos altos preços praticados por locais similares em São Paulo e no Rio. De segunda a sexta, um almoço com entrada, prato principal, sobremesa e uma bebida (água, suco ou taça de vinho) sai a 22 euros (cerca de R$ 78**). Aos sábados e domingos, o valor é 25 euros (cerca de R$ 90**) e exclui bebidas. Para o jantar, de domingo a quinta, o menu requer um investimento maior. Com aperitivos e outras cinco (ou, com sorte, seis) etapas, sai a 37 euros (R$ 132**).

 
Rafael Mosna/UOL
Loja "gourmet" da Vila Viniteca tem seleção de queijos, chocolates e conservas
À sombra de um estrelado
Se a ideia é se dar ao luxo de uma experiência gastronômica mais pomposa e em um local charmoso, o Blanc Brasserie & Gastrobar (www.mandarinoriental.com/barcelona/fine-dining/blanc) pode ser visitado tanto para um chá da tarde quanto para uma refeição completa. Está localizado em pleno Passeig de Gràcia, região barcelonesa que abriga lojas de luxo e atrações turísticas famosas como a Casa Batlló e a La Pedrera (Casa Milà), consideradas obras-primas de Gaudí. Fica no interior do hotel Mandarin Oriental, também casa do restaurante Moments, duas estrelas no guia Michelin.
Com pratos e serviços impecáveis, não espere por pechinchas. Tampouco serão encontrados preços estratosféricos. Entrada, prato principal, sobremesa e café podem custar 33 euros (R$ 118**) bem investidos. Nesse caso, podem chegar à mesa releituras de clássicos da culinária mediterrânea, como os três tipos de melão servidos com jamón, cujo preparo utiliza técnicas contemporâneas.
Até mesmo o hambúrguer não é um simples sanduíche. Ele é feito com carne dry-age (maturada a seco, sob temperatura controlada em câmera de ventilação) e é servido com cebola, cheddar e batatas fritas (18 euros; R$ 65**).
 
Dos vinhos...
São de sete a oito mil rótulos à venda, entre vinhos e destilados. Na Vila Viniteca (www.vilaviniteca.es), as garrafas custam entre 3 euros (cerca de R$ 11**) e 15 mil euros (mais de R$ 53,5 mil**). O local trabalha com todas as denominações de origem controladas da Espanha, incluindo as 11 catalães e cava (espumante). A entrega no hotel é gratuita a partir de 12 garrafas ou 120 euros gastos (R$ 428**).

Além das bebidas, há uma “loja gourmet” com venda de azeites, embutidos, chocolates, conservas e uma seleção de 300 a 500 queijos, dependendo da temporada, entre outros itens. Poucas mesas estão disponíveis para o consumo ali mesmo.

 
Rafael Mosna/UOL
A Vila Viniteca possui de sete a oito mil rótulos, entre vinhos e destilados
Para os mais aficionados, é possível organizar uma degustação particular, em sala privativa e um sommelier à disposição. O tema varia de acordo com o perfil e a vontade de cada cliente. Cinco rótulos, para um casal, por exemplo, pode custar 40 euros (R$ 143**) por pessoa.
 
...E das cervejas
Outra marca queridinha dos catalães é a cerveja Moritz (www.moritz.com). Fundada em 1856, a bebida acabou ficando fora do circuito, mas voltou recentemente com força total. Sua antiga fábrica foi restaurada pela família e hoje abriga uma microcervejaria, um restaurante e um bar de vinhos. A cerveja servida e produzida ali é feita em pequena escala. Não sofre pasteurização e, por isso, sai da torneira ainda fresca, com validade limitada.

Para provar outras variedades de cervejas catalãs, vá a La Cerveteca (www.lacerveteca.com), bar com opções de chopes e garrafas. Para comprar, a BeerStore (www.beerstore.pi3.es), próxima à Sagrada Família, e a Rosses i Torrades (www.rossesitorrades.com) comercializam uma boa quantidade de rótulos regionais que não chegam ao Brasil, assim como outras opções espanholas e internacionais.
 
Confeitaria de artista
Também na rambla, a Pastisseria Escribà (www.escriba.es) é comandada por Christian Escribà, quarta geração de chefs-pâtissier bastante famosa na Catalunha. A pequena loja por si só já vale a visita, com decoração modernista, cheia de mosaicos e esculturas.

Dentro, bolos personalizados e miniesculturas de doces estão ao lado de receitas clássicas como croissant e crema catalana.
 
Mestres ‘tostadores’
“Hoje em dia, você aperta um botão e tem um resultado uniforme. Uma amêndoa pode ser torrada em duas horas nesses fornos modernos. Aqui, podemos levar até cinco dias”, explica com paixão Igor Ramos, que trabalha há três anos na Casa Gispert (www.casagispert.com), loja especializada em torras de frutas oleaginosas, como castanhas, nozes, amêndoas e avelãs, desde 1851. O sabor é único e remete bastante à lenha utilizada na fabricação.

A reportagem, não identificada como imprensa, esteve em uma pequena visita feita com clientes tradicionais e Igor continuava contando sua rotina, entusiasmado e falando em um castelhano ultrarrápido. Mostrou as cicatrizes em seu braço, resultado de queimaduras ao provar algo do forno centenário ainda em funcionamento. “Não gosto dessa aparelhagem nova, com tanta tecnologia em que tudo sai com o sabor igual.”
 
Quando e como ir
Barcelona tem um verão bastante quente e um inverno considerado frio para os padrões brasileiros, com temperatura média de 9°C. Bastante turística, espere mais visitantes durantes os meses mais quentes (julho e agosto). Turistas brasileiros não precisam de visto antecipado.


http://viagem.uol.com.br/album/guia/2015/07/10/veja-opcoes-saborosas-para-um-tour-gastronomico-por-barcelona.htm#fotoNav=4

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Berlim para comilões: cidade tem opções deliciosas para todos os bolsos.

Rafael Mosna
Do UOL, em Berlim (Alemanha)*


Há poucos anos, a comida de Berlim para turistas se resumia praticamente ao fast-food "donner kebab" (de origem turca, conhecido no Brasil como "churrasco grego") e "currywurst" (linguiça de porco servida com ketchup e curry).
É certo que eles ainda estão lá e atraem multidões, mas a capital alemã vem abraçando, de alguns anos para cá, uma nova cena gastronômica. E não estamos falando somente de restaurantes premiados, embora a cidade reúna atualmente 20 estrelas Michelin” num total de 15 casas. Ela chegou à comida rotineira, aquela mais próxima ao dia a dia, ajudando o visitante a não necessariamente estourar a conta bancária para conseguir comer bem.
Por lá, a valorização de produtos orgânicos parece ter atingido seu ápice, com prateleiras destinadas ao tema, a custos acessíveis, inclusive em supermercados populares.
Vegetarianos e veganos (movimento que restringe o consumo de qualquer produto de origem animal, incluindo, por exemplo, ovos e mel) podem tirar a barriga da miséria: a oferta é ampla (veja aqui, em inglês, algumas opções de locais estritamente veganos e/ou vegetarianos).
No outro lado da moeda, amantes da carne passaram a dar mais valor à qualidade, e não apenas à quantidade. E restaurantes especializados, como o To beef or not to beef, colecionam adeptos.
O UOL Viagem esteve em Berlim e preparou uma seleção gustativa para três tipos de orçamento. Prepare o seu apetite que tem pra todo mundo.
 
Até 15 euros
Duas feiras de características distintas, mas igualmente voltadas à comilança, acontecem aos domingos na capital alemã. Em um ambiente tranquilo que beira o familiar, pelo menos no começo da tarde, a Street Food auf Achse funciona das 11h às 17h na KulturBrauerei, uma grande fábrica de cerveja desativada (Prenzlauer Berg. Sredzkistrasse 1).
Por lá, encontram-se especialidades de várias nacionalidades, com destaques para o kräuter mitchen (espécie de polenta em formato de waffle servido com tomatinhos, rúcula, mozarela, vinagre balsâmico e flor de sal) e para a Elsässer Flammkuchen (massa fina de pão, feita com farinha e água, coberta com espécie de nata, finas fatias de cebola e lardo, um "parente" do bacon), prato típico da região da Alsácia e sul da Alemanha.
Há ainda paella, sanduíches com linguiças alemãs, hambúrgueres, tortas ao estilo inglês, empanadas à Argentina e até tapiocas vendidas por uma dupla de brasileiras. Preços giram em torno de €4 (R$ 16) a €7 (R$ 28). Para beber, as cervejas, incluindo artesanais, custa cerca de €3 (R$ 12).

 
Rafael Mosna/UOL
Linguiças em barraca na feira Street Food auf Achse, em Berlim
Com um quê mais alternativo/moderno, o Village Market (Neue Heimat) começa às 12h e segue tarde adentro com shows de jazz e discotecagens. Há vários ambientes, com áreas ao ar livre e galpões que abrigam antiquários e brechós, sempre ostentando um ar propositalmente mais caído, com estandes que capricham na decoração.
É um local para passar a tarde toda bebericando taças de vinho (por volta de €6; R$ 24) ou cervejas. Pode-se escolher entre comida mexicana de €3,50 (R$ 14) a €12 (R$ 48), dependendo do tamanho da porção, bolos pra lá de bonitos e sorvetes feitos na hora com hidrogênio líquido. Há ainda petiscos coreanos e sul-africanos, churrasco e outras boas opções.
Se não quiser sair de Berlim sem provar a autêntica comida de rua, endereços certeiros para comer o "currywurst" são o Konnopke’s Imbiss e o Curry 36. Ao lado deste último, na Mehringdamm, o Mustafa’s Kebab costuma formar uma longa fila no horário do almoço.
 
Por volta de 40 euros
Próximo à East Side Gallery, a Kantine Kohlmann é um restaurante-bar descolado, de fachada pichada. O menu, com boa seleção de vinhos (na dúvida, peça o Riesling Kabinett "Jean Baptiste"), inclui leituras modernas de pratos tradicionais alemães.
Entre eles, o Königsberger Klopse (na versão clássica, almôndegas ao molho branco, servidas com batata e alcaparras) é servido com espuma de batata e florezinhas de alcaparra. As famosas "bratwursts” (linguiças) chegam à mesa acompanhadas de purê de salsão, "dumplings" (bolinho de massa de pão) e molho de cebola.

 
Rafael Mosna/UOL
Salão do restaurante-bar Kantine Kohlmann, em Berlim
Dá para ficar só nas entradas, que vão de €3,50 (R$ 14) a €6 (R$ 24), e encará-las como petiscos, num clima mais relaxado. Preços de pratos principais sobem para a casa dos €18 (R$ 73).
Na região de Prenzlauerberg, o Salt n Bone investe na combinação entre comida e cervejas artesanais, com rótulos em garrafa e estilos de chopes que mudam de tempos em tempos. Pratos, também para petiscar ou como entrada, vão de €6 (R$ 24) a €10 (R$ 40). Há alternativas mais robustas, com preços em torno de €12 (R$ 48).
 
De 80 euros a...
Quem passa pelo número 218 Friedrichstrasse , próximo ao Checkpoint Charlie (antigo posto militar entre a Alemanha Ocidental e a Oriental durante a Guerra Fria), pode não perceber que atrás das vitrines cobertas por cortinas pretas fica um dos mais conceituais restaurantes de Berlim. Para entrar no Nobelhart & Schmutzig é preciso apertar a campainha, e o jantar é servido apenas mediante reserva. Lá dentro, a maioria se senta num balcãozão onde a “cozinha-show” fica ao centro.
O menu fechado (€80; R$ 323, com 11 pratos e água inclusa) segue uma filosofia severa de utilizar apenas ingredientes provenientes de Berlim ou arredores.

 
Rafael Mosna/UOL
Cozinha-show do restaurante Nobelhart & Schmutzig
Nos pratos, prevalecem o sabor do ingrediente, como a espécie de nabo servida durante as entradas, crocante e de aparência crua. São utilizadas principalmente técnicas como fermentação, salmoura e marinagem, dizem eles.
Os cozinheiros também brincam com o inusitado, caso das ervilhas "cozidas" na hora, à mesa do cliente, em um tipo de "chá" de gordura de carne.
 
Caminhada gastronômica
"Walking tours" são bem procurados na Europa e uma caminhada focada em comida não poderia ficar de fora. Na capital alemã, o Alternative Berlin tem uma opção desse tipo de roteiro por €20 (inclui uma bebida e um snack; é possível pagar por demais degustações durante o percurso).
O tema da rota pode ser moldado de acordo com o perfil do grupo, mas nunca percorre mais do que apenas uma região específica, envolvendo muitas histórias sobre a cidade e seus costumes.
Como o nome sugere, trate-se de um tour que foge um pouco aos padrões tradicionais –não espere por paradas óbvias. E o legal está aí mesmo, pois será possível conhecer locais que o visitante dificilmente descobriria por si só sem nenhuma pesquisa.

*O jornalista viajou com o apoio do visitBerlin

http://viagem.uol.com.br/guia/alemanha/berlim/roteiros/berlim-para-comiloes-cidade-tem-opcoes-deliciosas-para-todos-os-bolsos/index.htm